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Gulbenkian premeia investigação sobre dengue

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Investigação centra-se no papel da proteína C na infecção do vírus

A Fundação Calouste Gulbenkian atribuiu um prémio de 50 mil euros a um projecto de investigação sobre o papel pouco estudado da proteína C na infecção do vírus da dengue, mais prevalente nas regiões tropicais, noticia a Lusa.

O projecto, da responsabilidade do biofísico Ivo Martins, da Unidade de Biomembranas do Instituto de Medicina Molecular (IMM), vai estudar e tentar perceber o papel que a proteína da cápside (C) desempenha na infecção pelo vírus da dengue.

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O responsável pelo projecto explicou à Lusa que, durante os últimos cinco anos, vários estudos têm sugerido que os lípidos «têm um papel importante na infecção pelo vírus da dengue», ao mesmo tempo que só duas das três proteínas que fazem parte da estrutura do vírus, é que têm sido objecto de maior estudo.

«A proteína E, do envelope, e a proteína M, da membrana, não têm tido sucesso na produção de vacinas ou fármacos e esta é, por isso, uma estratégia alternativa», adiantou Ivo Martins, que recebe o prémio quarta-feira.

De acordo com o biofísico, como os estudos anteriores têm-se centrado nas outras duas proteínas estruturais, isso levou à opção de estudar a proteína C, porque «um dos passos mais importantes está associado à montagem viral», processo que «ainda não está bem esclarecido».

«No ciclo de vida do vírus têm de acontecer várias coisas, primeiro ele tem de entrar nas células, depois tem de reproduzir-se e, ao fazer cópias de si mesmo, precisa de lípidos para conseguir fazer um vírus novo. Essa montagem é, em parte, mediada pela tal proteína C, que depois terá também um papel na saída do vírus», explicou Ivo Martins, acrescentando que o objectivo é estudar o papel da proteína C nesse contexto de mediação.

O investigador revelou que, em última análise, o resultado do projecto de investigação poderá traduzir-se num combate mais eficaz à doença, mas sublinhou que se trata de um estudo científico para estabelecer as bases para desenvolvimento de novos fármacos ou tratamentos.

«Sem este prémio, no limite, o projecto podia até não ser efectuado e, por isso, o que a Gulbenkian faz de dar este dinheiro para este tipo de projectos novos é excelente, porque são os mais difíceis de financiar por estarem na fase inicial. Este prémio é muito importante para levar a cabo a investigação», concluiu.

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