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Reciclagem: telemóveis podem ser minas de ouro

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O fenómeno que dá pelo nome de «urban mining» consiste em procurar irídio e ouro dentro de velhos aparelhos electrónicos está a proliferar no Japão, escreve o jornal italiano Corriere della Sera. Esta actividade poderá tornar-se altamente produtiva tendo em conta a tendência para o aumento do preço dos metais preciosos.

O ouro e os metais preciosos são fundidos e revendidos sobre forma de barras e jóias ou utilizadas para os circuitos dos telemóveis, visto que são melhores condutores de que o cobre. Os outros materiais recuperados são reutilizados em novos produtos electrónicos. «Há metais mais ou menos preciosos, nós pretendemos reciclar o mais possível», explicou Tadahiko Sekigawa, presidente da Eco-System Recycling.

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Segundo o estudo da Yokohama Metal Co Ltd, uma outra empresa de reciclagem, de uma tonelada de minerais em bruto obtêm-se apenas, em média, cinco gramas de ouro, enquanto de uma tonelada de telemóveis se obtêm 150 gramas ou mais. Na mesma quantidade há também 100 kg de cobre e 3 kg de prata.

A reciclagem electrónica é importante para o Japão que tem escassos recursos naturais com que alimentar a sua indústria de electrónica de centenas de milhões de dólares, mas dezenas de milhões de telemóveis velhos e outros aparelhos que todos os anos são deitados ao lixo.

«Para alguns trata-se apenas de uma montanha de lixo, mas para outros é uma mina de ouro», disse Nozumu Yamanaka, director do centro de reciclagem da Eco-Systems onde são tratadas toneladas de telemóveis. Na central de Honjo, a 80 km de Tóquio, os despojos electrónicos e industriais são inicialmente desmontados à mão e depois imersos em dissolventes químicos para eliminar os materiais não utilizáveis, o metal restante é depois refinado.

A Eco-Systems produz em média cerca de 200 a 300 kg de barras de ouro por mês, com um grau de pureza de 99,9%, a um valor que oscila entre os 5,9 e os 8,8 milhões de euros. Apesar do crescente interesse pelo ambiente e a reciclagem, o sector tem dificuldades em obter o número necessário de telemóveis para abastecer as suas centrais. Os 128 milhões de habitantes do Japão usam, em média, o telemóvel durante dois anos e oito meses, mas apenas 10 a 20% são reciclados por ano.

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