Os advogados dos oito detidos em Guantánamo que querem vir para Portugal revelaram esta sexta-feira não entender por que razão o Governo decidiu acolher apenas dois ou três ex-detidos.
De acordo com o que avança a Agência Lusa, os representantes lamentam não ter sido recebidos pelo Executivo português.
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A reacção dá-se na sequência das declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, que revelou receber «dois a três prisioneiros» de Guantánamo. Os advogados dizem ter ficado «preocupados, desiludidos e confusos» com esta posição.
«Há muito boas razões para estes oito homens virem para Portugal», disse Irena Sabic, advogada da organização norte-americana Center for Constitutional Rights.
A representante frisou o trabalho dos advogados em tornar importante para ambas as partes a vinda dos oito detidos para Portugal. A advogada revelou que todos manifestaram vontade de vir para Portugal, têm condições para se integrar na sociedade portuguesa e vão ter acompanhamento quando chegarem.
Segundo o advogado Ahmed Ghappour, o acolhimento destes oito detidos permitiria a Portugal aproximar-se mais da sua quota de refugiados, que «tradicionalmente não tem cumprido»
O estatuto a atribuir aos detidos, assim que chegarem a Portugal, é um dos aspectos que inquieta os representantes legais.
Os advogados falaram no final da missão de três dias em Lisboa, que contou com encontros com o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MAI), o Ministério da Administração Interna (MAI), a Embaixada dos Estados Unidos, o xeque David Munir, o Conselho Português para os Refugiados e os grupos políticos com representação parlamentar.
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