Se é a Grécia o alvo de todas as atenções, pela crise que assola o país e pelo incumprimento das imposições da União Europeia, o Nobel da Economia, Paul Krugman, entende que «o coração da crise é Espanha», escreve o jornal El País.
Para o economista, o impacto da crise em Espanha é muito maior para a União Monetária: «Os seus problemas não são fruto da irresponsabilidade fiscal, mas reflectem os golpes assimétricos causados pela crise na zona euro, um problema bem conhecido, mas que se tornou ainda pior do que os eurocépticos temiam».
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Já a Grécia representa uma parte muito mais pequena no conjunto da União Monetária Europeia, embora Krugman compreenda a visibilidade mediática da situação grega «dado que está mais contra a parede do que ninguém» no que diz respeito a défice e solvência.
No caso espanhol, Krugman aponta a crise imobiliária como a grande causa do recuo: «Quando a bolha estalou, deixou Espanha com uma procura doméstica muito mais limitada (e muito pouco competitiva na zona euro)».
O défice espanhol deverá atingir os 9,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, menos 1,6 pontos percentuais do que em 2009, segundo as previsões do Governo espanhol. Já a dívida pública deverá atingir os 74,3% do PIB em 2012.
Por isso, Paul Krugman prevê que «Espanha parece agora condenada a sofrer anos de deflação e muito desemprego».
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