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Qimonda: gestor da falência é o homem certo para salvar a empresa

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Jaffé liderou até hoje 420 falências

A escolha de Michael Jaffé para gestor da falência da Qimonda esteve longe de surpreender a imprensa especializada e os meios financeiros alemães, que já conhecem o advogado de Munique, 45 anos, de andanças semelhantes, avança a Lusa.

Jaffé tornou-se conhecido em toda a Alemanha em 2002, quando teve nas mãos o seu primeiro grande caso, a falência do império mediático de Leo Kirch. «Para ele, essa escolha foi como ganhar a lotaria», afirmou na altura um especialista na matéria.

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Escolha não surpreendeu na Alemanha

Jaffé, no entanto, passou por alguns apuros, por insistir demasiado tempo na venda das emissoras de televisão Pró Sieben e SAT1 em conjunto com a gigantesca biblioteca de filmes do Grupo Kirch.

No final, o multimilionário norte-americano Haim Saban acabou por conseguir comprar a Pró Sieben em separado, deitando por terra os planos iniciais de Jaffé. Segundo o próprio afirma, Jaffé liderou até hoje 420 falências na Alemanha, cujas dívidas somavam em conjunto 31,4 mil milhões de euros.

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Uma das mais mediáticas foi também a falência do fabricante de brinquedos Niki AG, que não conseguiu sobreviver num mercado sujeito a forte concorrência asiática, apesar de ter ganho o concurso para a mascote do Mundial de Futebol 2006 na Alemanha, o «Goleo».

Mais recentemente, geriu tamém a falência da empresa têxtil TWD, da Baviera, conseguindo arranjar um investidor para salvar o essencial.

O Suedeutsche Zeitung, jornal de referência que se publica em Munique, já considerou Jaffé «um especialista para casos delicados», e outro jornal alemão, logo que foi nomeado para gerir a falência da Qimonda, chamou-lhe «médico de emergência nos patamares das direcções».

Jaffé não é partidário do encerramento de empresas

Mais importante ainda do que estes qualificativos, sobretudo para os 12 mil trabalhadores da Qimonda em todo o mundo, incluindo, claro, os 1.900 da fábrica de Vila do Conde, é o facto de Michal Jaffé não ser considerado um partidário do encerramento de empresas falidas e sim um especialista que prefere tentar tudo para as sanear.

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O seu escritório de advogados garante que tem «conhecimentos especiais» no tratamento de casos de falência com estruturas de um consórcio de importância supra-regional, e amiúde com ligações internacionais.

Não há forma melhor de descrever a Qimonda, embora o slogan publicitário seja anterior à escolha de Jaffé para gerir a falência do fabricante de semicondutores, na sexta-feira passada, pelo Tribunal Administrativo de Munique.

Gestor aceitou a missão e nessa tarde seguiu para os escritórios da empresa

Recebido o telefonema, aceitou imediatamente a missão, e à tarde já se tinha instalado na sede da Qimonda, nos arredores de Munique, com sete colaboradores.

Seguiu-se uma reunião de várias horas com o presidente executivo WKin Wah Loh e outros gestores de topo e, desde então, Jaffé e a sua equipa de peritos têm passado o tempo a examinar as contas, com alguns interregnos para se reunirem com autoridades oficiais, eventuais investidores e com os trabalhadores da sede e da fábrica de Dresden.

Segunda-feira será a vez de o gestor de falências se deslocar a Portugal para falar com a administração e com os trabalhadores da Qimonda em Vila do Conde e com membros do governo português.

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