PGR quer manter equipa de Morgado - TVI

PGR quer manter equipa de Morgado

  • Portugal Diário
  • 20 jul 2007, 20:13

Mesmo depois da conclusão dos processos relacionados com o Apito Dourado

O procurador-geral da República (PGR) quer que a equipa de Maria José Morgado, que investigou o processo «Apito Dourado», de corrupção no futebol, se mantenha em funções para acompanhar outros casos, noticiou hoje o Expresso on-line.

Pinto Monteiro adiantou ao Expresso on-line que, após a conclusão dos processos ligados à corrupção no futebol, pretende que esta estrutura se mantenha, mas direccionada para outro sector da investigação criminal.

Segundo o jornal, esta semana a equipa terminou a investigação da maior certidão do processo, que está relacionada com suspeitas de viciação na classificação dos árbitros na Federação Portuguesa de Futebol.

«A equipa cumpriu a sua missão, o que me faz pensar em mantê-la, mas ligada a outra área», declarou o PGR ao jornal.

Na próxima terça-feira, o PGR vai reunir com todos os elementos da actual Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado (ECPAP).

«Quero perceber se as pessoas têm vontade em ficar, ou pretendem voltar aos lugares de origem seja por razões profissionais ou pessoais, porque o trabalho desta equipa foi muito desgastante», disse Pinto Monteiro ao Expresso.

Questionado sobre qual seria a área de investigação que gostava que esta equipa se ocupasse, Pinto Monteiro não a quis revelar.

Entretanto, na semana passada, segundo também o Expresso on-line, o PGR recebeu do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto uma informação com a cópia de um depoimento de Ana Salgado, irmã de Carolina, ex-companheira de Pinto da Costa, no qual são feitas «acusações» a um inspector da Polícia Judiciária que integra a ECPAD e à coordenadora, Maria José Morgado.

O DIAP do Porto enviou cópia do documento para o PGR para eventuais processos disciplinares ou criminais, o que, segundo o Expresso, «está a criar um profundo mal-estar interno» no Ministério Público.

Maria José Morgado adiantou ao Expresso que irá processar criminalmente Ana Salgado.

Segundo o Expresso, «no depoimento, Ana Salgado fala da relação da sua irmã com Pinto da Costa, da amizade com Luís Filipe Vieira e refere que o presidente do Benfica financiou a edição do livro Eu, Carolina».

A publicação do livro «Eu, Carolina», da autoria da ex-companheira de Pinto da Costa, a 01 de Dezembro de 2006, ressuscitou o caso «Apito Dourado» ao revelar novos dados sobre o processo.

No livro Carolina Salgado denuncia alegadas situações de corrupção desportiva, evasão fiscal, violação do segredo de Justiça, agressões, perjúrio e fuga à Justiça.

A operação «Apito Dourado» foi desencadeada a 20 de Abril de 2004, na zona do Porto, com a detenção, para interrogatório, de 16 dirigentes e árbitros de futebol.

A 14 de Dezembro de 2006, o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, nomeou a procuradora-geral adjunta Maria José Morgado como coordenadora das investigações relativas ao caso «Apito Dourado», com poderes para reabrir processos.
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