Inquérito a dossier anónimo «não se justifica» - TVI

Inquérito a dossier anónimo «não se justifica»

  • Portugal Diário
  • 18 ago 2007, 11:00

Director da PJ diz que são «insinuações torpes». Autores têm «patologia»

O director nacional da Polícia Judiciária (PJ) discorda da decisão do Procurador-Geral da República de investigar o dossier anónimo sobre alegados favorecimentos ao Benfica no Processo Apito Dourado, considerando que «não se justifica», noticia hoje o semanário Sol.

Recorde-se que o Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, anunciou a decisão de abrir um inquérito-crime ao conteúdo e origem de uma carta anónima escrita em papel timbrado da directoria da PJ relatando alegados favorecimentos a Luís Filipe Vieira e ao Benfica na investigação do Processo Apito Dourado.

Reagindo a esta decisão do PGR, o director nacional da PJ, Alípio Monteiro, manifestou em declarações ao Sol o seu desacordo: «Salvo o devido respeito ao Sr. Procurador-geral da República, não se justificaria a instauração de um inquérito com base em tais pressupostos».

O responsável da PJ classifica este dossier anónimo, que ficou conhecido como «apito encarnado», como um «conjunto de papéis com insinuações pessoais torpes que coloca os seus autores anónimos ao nível da patologia e não da cidadania» e considera que a «justiça não pode ficar refém de condutas eticamente condenáveis e penalmente irrelevantes».

Pinto Monteiro decidiu investigar o dossier anónimo depois de este ter sido divulgado nos órgãos de comunicação social, apesar de considerar que «nenhuns dos elementos probatórios terem sido indicados e de a maioria dos factos já constituírem objecto dos processos em curso».

O Procurador-geral da República não descarta a hipótese de a carta com timbre da PJ ser um documento falso e reitera a sua «absoluta e total confiança» em Maria José Morgado e Carlos Teixeira.

A principal acusação desta carta é a de que a investigação teria sido propositadamente dirigida contra o FC Porto e manipulada por Luís Filipe Vieira.
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