Degelo: placa do tamanho do Hawai desprendeu-se - TVI

Degelo: placa do tamanho do Hawai desprendeu-se

Glaciares (arquivo)

Cientistas dizem que é «consequência do aquecimento global»

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Um quarto dos 14 mil quilómetros quadrados da plataforma Wilkins na Península Antárctica, uma superfície maior do que a ilha do Hawai, fragmentou-se e desprendeu-se em «consequência do aquecimento global», escreve a Lusa.

A revelação foi feita esta terça-feira pelo Centro Superior de Investigações Científicas de Espanha (CSIC).

Uma equipa de investigadores espanhóis analisa desde domingo, a bordo do navio de investigação oceanográfica Hespérides, o impacto do colapso sobre o ecossistema do Mar de Belinghausen (a oeste da Península Antárctica).

O CSIC assinalou «o desprendimento completo da placa que está a ocorrer na actualidade e os investigadores consideram que está iminente».

A equipa científica, que trabalha no âmbito do projecto ATOS (contribuições atmosféricas de carbono orgânico e contaminantes para o oceano polar: taxas, importância e prospectiva), com que a Espanha encerra a sua participação no Ano Polar Internacional, presenciou como a frente de gelo do Mar de Belinghausen retrocedia 550 quilómetros em duas semanas.

Aumento do nível do mar

Os cientistas disseram que as temperaturas da água são extremamente cálidas nessa zona.

Segundo os investigadores, o desprendimento e a fragmentação do enorme sector gelado produzirá o consequente aumento do nível do mar.

A plataforma Wilkins é uma grande superfície de gelo que está de forma permanente sobre o mar a Sudoeste da Península Antárctica, a uma distância de cerca de 1.600 quilómetros do continente sul-americano.

Nos últimos cinquenta anos, a Península Antárctica experimentou o maior aumento de temperatura registrado no planeta: 0,5 grados centígrados por década.

O coordenador do projecto ATOS, Carlos Duarte, afirmou que «o Ano Polar Internacional que agora termina (de Março de 2007 a Março de 2009), viu lamentavelmente, a maior perda de gelo documentada até ao momento, tanto no Árctico, onde se perdeu una importantíssima quantidade em 2007, como na Antártida, onde se assiste a uma perda dramática de gelo».
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