Chrysler: sindicato anuncia acordo com «sacrifícios»

O sindicato norte-americano do automóvel UAW anunciou domingo um acordo com a direcção da Chrysler, o Tesouro americano e o construtor italiano Fiat, o que levará os seus membros a fazer «sacrifícios» para «a viabilidade» do construtor norte-americano.

«O acordo, submetido à ratificação dos membros do UAW Chrysler, respeita as exigências colocadas pelo Tesouro para atribuir empréstimos à empresa. Compreende modificações na convenção colectiva de 2007», bem como na estrutura de vantagens sociais, da qual beneficiam os trabalhadores, precisou o sindicato.

Os membros do UAW têm até quarta-feira para aceitar ou rejeitar o acordo, véspera de um ultimato fixado pela administração do presidente norte-americano Barack Obama à direcção Chrysler para apresentar um plano viável de reestruturação da empresa.

Um acordo com o UAW e um acordo com os credores da Chrysler são condições fundamentais para a confirmação de uma parceria com a Fiat, sendo mesmo consideradas indispensáveis pela administração Obama.

Obama indicou que a Chrysler pode obter até 6 mil milhões de dólares de ajudas suplementares, além dos 4 mil milhões já atribuídos, se a sua sobrevivência for assegurada.

«Quando o plano de viabilidade da Chrysler de 17 de Fevereiro foi rejeitado (a 30 de Março), o presidente Obama deu aos empregados Chrysler e à empresa uma segunda oportunidade», relembrou o sindicato.

«Este acordo de concessões, apesar de doloroso, aproveita essa ocasião», acrescentou.

A partir de agora, os credores de Chrysler, a quem a empresa deve quase 7 mil milhões de dólares, surgem como o último obstáculo para evitar que a Chrysler se coloque sob a protecção da lei sobre as falências.

«Para que a empresa tenha um futuro viável, todas as partes interessadas devem ter a mesma disposição para participar no bem comum como demonstraram os nossos membros várias vezes», sublinhou General Holiefield, Vice-Presidente do UAW e o seu responsável na Chrysler.