Escalada do crude pode comprometer retoma europeia - TVI

Escalada do crude pode comprometer retoma europeia

Preço do petróleo voltou a atingir novos máximos históricos

O Banco Central Europeu (BCE) considera que a continuada subida do preço do petróleo, que tem registado sucessivos máximos históricos, pode comprometer a retoma da económica europeia.

No seu Boletim Mensal, a instituição promete ficar atenta à evolução do crude e vigiar os riscos que esta representa para a estabilidade de preços. O banco mostra também alguma preocupação, embora menor, com as pressões inflacionistas que este factor pode exercer no conjunto dos países da moeda única, adiantando que a taxa de inflação pode ultrapassar a sua meta de 2% nos meses iniciais, mas reiterando a sua confiança de que, na média do ano, esta taxa deverá ficar em 1,9%.

O BCE diz mesmo que uma das suas principais preocupações em matéria de estabilidade de preços é a tendência altista do preço do petróleo, «que pode manter-se devido à força do crescimento da economia mundial».

«Os preços do petróleo continuam a exercer pressão sobre a inflação a curto prazo», acrescenta a instituição liderada por Jean-Claude Trichet, afirmando que, se o crude se mantiver a estes níveis por mais tempo do que o previsto, a taxa de inflação homóloga na Zona Euro vai manter-se acima de 2% durante o resto do ano e no princípio de 2005. A subida dos salários e dos impostos indirectos são outros factores que preocupam o BCE.

Por enquanto, os dados económicos continuam a indicar que a recuperação económica da zona euro continua em marcha, e que deve continuar, estando reunidas as condições para a sua consolidação. O BCE sublinha que os países fora da Zona Euro continuam a crescer a um ritmo sólido, o que deve sustentar as exportações dos Doze.

Em termos internos, no entanto, o banco admite que a retoma terá de surgir na sequência da procura internacional, de uma melhoria da confiança empresarial e das favoráveis condições de financiamento. Com este discurso, o BCE deixa antever a manutenção das taxas de juro, actualmente nos 2%, nesse valor por mais algum tempo, como especulam, de resto, os economistas.

As mais recentes perspectivas económicas do banco central apontam para um crescimento de 1,8% neste ano e de 2,1% em 2005. Este valor representa uma ligeira revisão em alta, já que antes o BCE esperava um crescimento de 1,7% para este ano.

O valor do BCE fica, no entanto, abaixo dos 2% previstos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia da Zona Euro neste ano. Mais pessimista é a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que estima que a economia da Zona Euro cresça 1,6% em 2004 para acelerar até aos 2,4% no próximo ano.
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