Apito Dourado: PGR recebe dossier anónimo - TVI

Apito Dourado: PGR recebe dossier anónimo

  • Portugal Diário
  • 14 ago 2007, 19:20

Vieira diz que não é «acusado de nada», mas quer investigação

A Procuradoria-Geral da República está a analisar um dossier anónimo relativo ao processo Apito Dourado. «Foi recebido e está a ser analisado», disse fonte da PGR ao PortugalDiário, escusando-se a responder a outras perguntas. A notícia de que o dossier, impresso em papel timbrado da Polícia Judiciária, foi avançada pelo Expresso on-line, e faz acusações a elementos da Judiciária, magistrados do Ministério Público e ao presidente de um clube desportivo.

Reagindo ao conteúdo dos documentos, Luís Filipe Vieira disse à SIC que não é «acusado de nada», mas que a PGR «deve investigar até às últimas consequências».

Numa entrevista antes do jogo Benfica-Copenhaga, o presidente dos encarnados reagiu à notícia sobre os documentos entregues na Procuradoria, garantindo que está «sereno». Questionado sobre pormenores do dossier, Luís Filipe Vieira preferiu dizer que não pertence «a esse saco», e referiu-se a Pinto da Costa, presidente do FC Porto, sem nunca o nomear, com a expressão «ele».

Quando interrogado sobre se este dossier seria um «Apito Encarnado», Vieira reagiu em contra-ataque: «Há escutas que nunca foram desmentidas. O Apito Dourado é um brinquedo quando se olha para o se passa no futebol. O que se ouve nas escutas, passa-se há muitos anos». Apesar de não mencionar o nome de Pinto da Costa, referiu-se ao de Valentim e João Loureiro, garantindo que não tem «medo». «De mim podem falar à vontade. Eu não me escondo atrás de ninguém».

O tema do livro «Eu, Carolina» foi mencionado por Vieira, garantindo que o seu «dinheiro não serve para pagar essas coisas», negando qualquer envolvimento em «livros ou contra-livros». A publicação, que serve agora de base a um filme de João Botelho, «Corrupção», «só existe porque alguém viveu maritalmente com a senhora» [ndr. Carolina Salgado].

Documento enviado para DIAP, Liga, produtora Utopia e FC Porto

Além da PGR, o documento terá sido enviado para o Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto, o presidente da Liga de Clubes, o Conselho Superior de Disciplina da FPF, a produtora Utopia (que está a realizar o filme baseado no livro de Carolina Salgado) e o FC Porto.

Impresso em papel com o timbre da Directoria Nacional da Polícia Judiciária, o texto refere situações que os autores consideram indiciadoras de favorecimento de dois clubes de futebol, mas não fornecem provas.

O FC Porto confirmou ao PortugalDiário que recebeu o dossier e que o mesmo «está a ser analisado pelo departamento jurídico do clube». Também a Liga afirmou ter recebido o documento, reenviando-o posteriormente para a PGR.
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