Empresas nacionais imunes à escalada do preço do petróleo - TVI

Empresas nacionais imunes à escalada do preço do petróleo

Novo recorde do petróleo

A Europa acordou com más notícias: o petróleo atingiu novos máximos históricos. Mas, segundo os analistas contactados pela Agência Financeira, as acções das empresas cotadas serão pouco ou nada afectadas por esta subida anormal, já que será o consumidor a pagar a factura.

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De acordo com um analista, que preferiu ficar no anonimato, Portugal compra 115 milhões de barris por ano «o que quer dizer que, não contando com variações cambiais e outros factores secundários, por cada dez dólares a mais no barril, estamos a reduzir o crescimento económico em 0,8%».

Para Gil Araújo, analista da Informação de Mercados Financeiros (IMF), «não há nenhum título que esteja directamente ligado à escalada dos preços do petróleo, com excepção da EDP, porque alguma energia eléctrica é produzida a partir de combustíveis fósseis. Aí há algum impacto, que será suportado pelos consumidores».

Apesar do impacto do preço dos combustíveis nos transportes, o analista duvida «que qualquer empresa que tenha contratos fixados para 2005 vá alterar os preços, porque estes contratos estão sempre associados a um spread».

Já para Francisco Goarmon, da Probolsa, o facto das «bolsas descerem por causa do petróleo não reflecte o que se passou no último ano e meio, em que o petróleo só subiu e as bolsas também».

Para o analista, a oscilação do petróleo dentro de limites já incorporados pelo mercado, como actualmente, não afecta as empresas cotadas: «não há relação, dentro daquilo que o mercado já incorporou. No limite, se o petróleo amanhã passasse para os 100 dólares, certamente que as bolsas se ressentiam, mas nesta subida gradual que o mercado já incorporou, não creio que haja impacto».

Segundo um analista que preferiu não ser identificado, a Brisa poderá ser afectada por esta subida, já que «quanto mais caro é o petróleo, mais caro o combustível e menos os automobilistas utilizam as estradas e auto-estradas».

Relativamente à EDP, o analista diz que «poderia ser afectada, apesar de não utilizar o petróleo como seu combustível principal. No entanto, a EDP, pela própria regulação existente, acaba por ter as suas margens garantidas e passar os custos adicionais para o consumidor».

Petróleo: mais subidas?

Relativamente ao comportamento do petróleo a curto/médio prazo, a tendência parece ser mesmo a da subida. Os analistas concordam que o valor do crude parece não ter atingido ainda os máximos, mas discordam nas razões e implicações.

Segundo Gil Araújo, há dois factores que explicam o comportamento atípico do preço do crude. Por um lado, «a OPEP a vem dizer que vai aumentar outra vez a produção e, ao mesmo tempo, que a capacidade de produção está no limite. O que estão a dizer é que estão perto do limite máximo de produção para os próximos seis meses/um ano e se a procura continua a subir, então, naturalmente os preços vão subir»

Por outro lado, e talvez mais importante, existe «o factor especulativo, que afecta, não só o petróleo, mas todo o mercado de commodities. A maior parte das commodities também está a atingir novos máximos e quando o mercado tem dificuldade em justificar os preços pelos fundamentais, é a especulação que dita o seu comportamento no curto prazo»

Francisco Goarmon acredita que se pode tirar alguma vantagem desta subida dos preços nas energias alternativas: «a prazo, o valor do petróleo vai continuar alto, mas poderá ser bom em termos de energias alternativas».

E aqui existe discordância entre o analista da Probolsa e o analista que preferiu não ser citado: «as energias alternativas são, em regra mais caras e para o consumidor não há ganhos. É o caso da eólica. E quanto mais cara a energia, mais cara a factura paga pelo consumidor. O que temos que começar a considerar é a nuclear. Porque é a mais barata e segura, sob pena de corrermos o risco da energia se tornar incomportável e, sem querer ser dramático, cairmos numa si
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