David Zylbersztajn disse, ao comentar o prazo concedido pelo Tribunal do Rio de Janeiro, que a possível associação com a empresa portuguesa «era uma das alternativas, mas não era a solução» para a Varig.
«A partir do momento em que a Varig entrou num processo de recuperação judicial, o modelo anterior deixou de fazer sentido», afirmou o executivo na mesma entrevista, citada pela Lusa.
O Tribunal do Rio de Janeiro concedeu quarta-feira um prazo de 180 dias pedido pela companhia aérea brasileira Varig para pagar suas dívidas.
O juiz Alexander dos Santos Macedo, da 8/a Vara Empresarial do Rio de Janeiro, determinou entretanto que a empresa aérea apresente um plano de pagamento de seus credores, no prazo de 60 dias.
A Varig havia recorrido ao Tribunal, no dia 17 de Junho, baseada na medida de «recuperação judicial» prevista pela legislação brasileira, recentemente aprovada.
Esta acção inclui também a Rio Sul e Nordeste, empresas que pertencem ao grupo Varig.
David Zylbersztajn salientou que o problema da Varig é «estritamente financeiro» uma vez que a empresa aérea tem uma dívida que ascende a cerca de nove mil milhões de reais (3,1 mil milhões de euros).
Do total dessa dívida, cerca de 65 por cento são débitos com empresas estatais brasileiras, nomeadamente a Infraero, responsável pelo controlo dos aeroportos, a Petrobras e o Banco do Brasil.
«A Fundação Ruben Berta (controladora da Varig) tem consciência dos problemas e está disposta a vender a empresa. A Varig é uma empresa operacional equilibrada e saudável», afirmou o executivo.
«A Varig é como aquele jogador de voleibol que treina com uma caneleira de chumbo. Depois que tira a caneleira, ele parece que voa. O que se quer com esse processo de reestruturação judicial é retirar a caneleira de chumbo», acrescentou.
David Zylbersztajn disse igualmente que a direcção da Varig tenta ainda acelerar o recebimento de uma indemnização de 4,5 mil milhões de reais (1,5 mil milhões de euros) do Governo brasileiro.
A indemnização já determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, refere-se ao prejuízo causado à Varig pela proibição de aumentos das tarifas determinada pelo Governo brasileiro entre 1985 e 1992.
Actualmente, a brasileira Varig detém uma frota de 93 aeronaves para transporte de passageiros, todas arrendadas em contratos de leasing com empresas estrangeiras.
No ano passado, a empresa transportou cerca de 13,8 milhões de passageiros.
Varig diz que TAP não era solução para superar crise
- Redação
- PGM
- 23 jun 2005, 18:21
A parceria com a TAP não era uma solução para superar a crise da Varig, afirmou o presidente do Conselho de Administração da empresa aérea brasileira, em entrevista ao jornal «Folha de São Paulo».
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