«Clima de Terror» na Casa Pia - TVI

«Clima de Terror» na Casa Pia

  • Portugal Diário
  • 10 out 2007, 09:14
Catalina Pestana

Associação de Trabalhadores da Casa Pia de Lisboa reage com dureza às últimas declarações de Catalina Pestana. Presidente Marcelino Marques fala em atitude «instrumental para atingir objectivos que só o tempo evidenciará» e lembra que a instituição ficou «em escombros». Funcionários sentem-se «agredidos» e fala em «situação de desespero». Casa Pia: mais abusos sexuais

A Associação dos Trabalhadores da Casa Pia de Lisboa acusou Catalina Pestana de ter instalado «um clima de terror» enquanto provedora da instituição, numa atitude «instrumental para atingir objectivos que só o tempo evidenciará», informa a agência Lusa.

Numa carta enviada ao ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, e revelada pelo Diário de Notícias e 24 Horas, a Associação dos Trabalhadores da Casa Pia de Lisboa (ATCPL) manifesta a sua «indignação» pelas declarações de Catalina Pestana em entrevista ao semanário Sol do passado fim-de-semana.

«Como provedora instalou na Casa Pia um clima de terror, o ensino ficou pior, as actividades caíram em flecha, a educação desmoronou-se. Em cada trabalhador via um monstro. Destruiu a motivação e a criatividade das pessoas», acusa a Associação.

Os trabalhadores sustentam: «Tudo foi instrumental para atingir objectivos que só o tempo evidenciará. Anunciou prisões de funcionários, processos disciplinares a torto e a direito, numa sanha terrorista que reduziu a Casa Pia a escombros».

A ATCPL vinca que «a Casa Pia, a quem o país atribuiu uma missão nobre de acolher, educar e instruir os mais carenciados, crianças e jovens em perigo ou em risco de exclusão, e para a qual foram sempre disponibilizados recursos imensos, não cumpriu, de forma criminosa, a sua missão no tempo em que Catalina Pestana foi provedora».

«Mas, quando a Casa Pia, os seus dirigentes, os seus funcionários, os seus alunos, os encarregados de educação procuram caminhos de futuro e de esperança, de repente, aparecem outdoors por toda a cidade dizendo que finalmente Catalina Pestana vai falar. Há uma esperança de que finalmente a senhora, com tempo como aposentada para um profundo exame de consciência, peça desculpa ao País pelos danos causados pela sua acção devastadora», afirma a estrutura dos trabalhadores.

A Associação lamenta que, estando Catalina Pestana «finalmente livre para falar», mantenha e «aprofunde a sua estratégia terrorista».

«Mais uma vez insulta os funcionários da Casa Pia, agride os seus educandos, instala a dúvida nas famílias, amesquinha os antigos alunos, procura manipular a sociedade portuguesa, a sua população e as suas instituições», lê-se no documento divulgado pelo DN.

«Situação de desespero»

Em entrevista ao 24 Horas, o presidente da CTCPL, Marcelino Marques, acusou Catalina Pestana de ter deixado a Casa Pia «em escombros».

«A determinada altura, eu ainda achava que ela era só uma pessoa com causas e que cilindrava tudo em nome dessas causas. Fui perdendo essa ideia. Agora acho que atira bombas para estilhaçar, é a pura destruição que pretende. Deve ter uma consciência muito pesada de coisas que já fez. Isto só pode ser uma situação de desespero», frisou, acrescentando:

«Esta mulher criou aqui um ambiente de terror, as pessoas tinham medo dela, gritava com educadores e todos se sentiam ameaçados. Calavam-se com medo de que ela os acusasse de pedófilos e tudo isso fosse parar aos jornais, que escrevem tudo o que ela diz, destruindo as pessoas e as suas famílias. Isso é chantagem e é que ela fazia com as pessoas».
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