A Associação dos Trabalhadores da Casa Pia de Lisboa acusou Catalina Pestana de ter instalado «um clima de terror» enquanto provedora da instituição, numa atitude «instrumental para atingir objectivos que só o tempo evidenciará», informa a agência Lusa.
Numa carta enviada ao ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, e revelada pelo Diário de Notícias e 24 Horas, a Associação dos Trabalhadores da Casa Pia de Lisboa (ATCPL) manifesta a sua «indignação» pelas declarações de Catalina Pestana em entrevista ao semanário Sol do passado fim-de-semana.
«Como provedora instalou na Casa Pia um clima de terror, o ensino ficou pior, as actividades caíram em flecha, a educação desmoronou-se. Em cada trabalhador via um monstro. Destruiu a motivação e a criatividade das pessoas», acusa a Associação.
Os trabalhadores sustentam: «Tudo foi instrumental para atingir objectivos que só o tempo evidenciará. Anunciou prisões de funcionários, processos disciplinares a torto e a direito, numa sanha terrorista que reduziu a Casa Pia a escombros».
A ATCPL vinca que «a Casa Pia, a quem o país atribuiu uma missão nobre de acolher, educar e instruir os mais carenciados, crianças e jovens em perigo ou em risco de exclusão, e para a qual foram sempre disponibilizados recursos imensos, não cumpriu, de forma criminosa, a sua missão no tempo em que Catalina Pestana foi provedora».
«Mas, quando a Casa Pia, os seus dirigentes, os seus funcionários, os seus alunos, os encarregados de educação procuram caminhos de futuro e de esperança, de repente, aparecem outdoors por toda a cidade dizendo que finalmente Catalina Pestana vai falar. Há uma esperança de que finalmente a senhora, com tempo como aposentada para um profundo exame de consciência, peça desculpa ao País pelos danos causados pela sua acção devastadora», afirma a estrutura dos trabalhadores.
A Associação lamenta que, estando Catalina Pestana «finalmente livre para falar», mantenha e «aprofunde a sua estratégia terrorista».
«Mais uma vez insulta os funcionários da Casa Pia, agride os seus educandos, instala a dúvida nas famílias, amesquinha os antigos alunos, procura manipular a sociedade portuguesa, a sua população e as suas instituições», lê-se no documento divulgado pelo DN.
«Situação de desespero»
Em entrevista ao 24 Horas, o presidente da CTCPL, Marcelino Marques, acusou Catalina Pestana de ter deixado a Casa Pia «em escombros».
«A determinada altura, eu ainda achava que ela era só uma pessoa com causas e que cilindrava tudo em nome dessas causas. Fui perdendo essa ideia. Agora acho que atira bombas para estilhaçar, é a pura destruição que pretende. Deve ter uma consciência muito pesada de coisas que já fez. Isto só pode ser uma situação de desespero», frisou, acrescentando:
«Esta mulher criou aqui um ambiente de terror, as pessoas tinham medo dela, gritava com educadores e todos se sentiam ameaçados. Calavam-se com medo de que ela os acusasse de pedófilos e tudo isso fosse parar aos jornais, que escrevem tudo o que ela diz, destruindo as pessoas e as suas famílias. Isso é chantagem e é que ela fazia com as pessoas».
«Clima de Terror» na Casa Pia
- Portugal Diário
- 10 out 2007, 09:14
Associação de Trabalhadores da Casa Pia de Lisboa reage com dureza às últimas declarações de Catalina Pestana. Presidente Marcelino Marques fala em atitude «instrumental para atingir objectivos que só o tempo evidenciará» e lembra que a instituição ficou «em escombros». Funcionários sentem-se «agredidos» e fala em «situação de desespero». Casa Pia: mais abusos sexuais
Continue a ler esta notícia