O Borussia Dortmund é o primeiro finalista da Liga dos Campeões em 2023/24.
Depois da vitória por 1-0 em casa, os alemães repetiram o resultado no Parque dos Príncipes e afastaram o Paris Saint-Germain. Kylian Mbappé (muito provavelmente) despede-se de Paris sem uma Champions, mas Marco Reus, que está em fim de contrato, ainda pode sonhar com a conquista da Champions pelo clube do coração.
Os parisienses tiveram as melhores oportunidades do encontro, até enviaram quatro bolas ao ferro e justificaram outro resultado. Contudo, os alemães souberam resistir defensivamente e, num lance de bola parada, marcaram o golo que decidiu a partida e deu outro conforto para aguentar na eliminatória.
Mbappé no habitat natural
Luis Enrique fez duas mexidas relativamente à primeira mão: sem Lucas Hernández, que rompeu os ligamentos do joelho direito no Signal Iduna Park, Beraldo fez dupla com Marquinhos na defesa; consciente do que tinha corrido mal na Alemanha, o técnico do PSG lançou Gonçalo Ramos para o lugar de Barcola e permitiu que Kylian Mbappé partisse do corredor esquerdo, como prefere o francês, para depois atacar zonas de finalização.
Já Edin Terzic, que tinha poupado todos os titulares – à exceção do guarda-redes – na goleada sobre o Augsburgo no último fim de semana, repetiu o onze que tinha enfrentado os parisienses na Alemanha.
Ao contrário do que se poderia perspetivar, os alemães não entraram recuados. A equipa de Terzic apresentou-se com um bloco subido na primeira parte, concedeu poucos espaços e ainda ameaçou com a velocidade de Karim Adeyemi, que teve a melhor oportunidade antes do intervalo, mas Gigi Donnarumma respondeu à altura (36m).
No primeiro tempo, apesar do maior domínio, o PSG revelou muita falta de acerto junto à área do Dortmund, sobretudo nos cruzamentos e último passe.
Os franceses sabiam que precisavam de bem mais se queriam dar a volta à eliminatória e entraram intensos após o intervalo. Logo nos primeiros minutos, Zaire-Emery acertou no poste, mas os alemães não se deixaram ficar.
Na resposta, aos 50 minutos, Mats Hummels fez uso de toda a sua categoria e experiência, enganou os dois centrais do PSG e, nas costas de Beraldo, cabeceou para o 1-0, que deu outra tranquilidade ao Dortmund.
Depois, seguiu-se uma verdadeira ode ao desperdício dos parisienses. A equipa de Luis Enrique tentou de toda a forma e feitio, mas ora os remates saíam desacertados, ora os ferros impediam o golo. A baliza de Kobel, de resto, parecia protegida pelos deuses.
Do desperdício de Ramos ao incansável Vitinha
O maior rosto do desperdício foi Gonçalo Ramos. Bem colocado na área, o avançado português falhou, primeiro a passe de Vitinha, depois a passe de Nuno Mendes. Pelo meio, o lateral-esquerdo luso, que hoje não teve tantas tarefas defensivas como na primeira mão, ainda rematou ao poste.
Luis Enrique não terá ficado agradado com o desperdício de Ramos e substituiu de imediato o ex-Benfica para dar lugar a Barcola, repetindo-se o tridente atacante do jogo no Signal Iduna Park.
Por esta altura, Terzic mudou a estratégia, retirou os extremos Jadon Sancho e Adeyemi - que estavam a ajudar bastante no momento defensivo - recuou a equipa no terreno e até definiu uma linha de cinco na defesa.
O PSG assumiu ainda maior domínio, jogou-se apenas no meio-campo do Dortmund e o golo não apareceu por um verdadeiro «milagre».
Já depois de duas bolas ao ferro, mesmo ao cair do pano, os remates de Mbappé e Vitinha tiveram o mesmo destino: a trave. O internacional português, tal como tem acontecido nos últimos meses, foi o melhor elemento dos parisienses, ditando todos os ritmos do jogo.
Apesar do massacre final, o Dortmund resistiu e segurou a vaga para Wembley, precisamente o palco que pisou na última vez que chegou à final da Liga dos Campeões, em 2013. Na altura, o adversário foi o Bayern Munique, e agora? Os bávaros decidem esta quarta-feira, com o Real Madrid.