Leão de Ouro para curta-metragem «Tierra y Pan»

A curta-metragem mexicana «Tierra y Pan», de Carlos Armella, venceu esta quinta-feira o Leão de Ouro «Corto Cortissimo», um prémio que foi entregue pelo presidente do júri, o realizador e argumentista norte-americano Amos Poe, em conferência de imprensa, noticia a Lusa.

O júri daquela secção do Festival de Cinema de Veneza, formado também pelo historiador italiano do cinema Gianni Rondolino e pela produtora Joana Vicente, de Macau, reconheceu o mérito do filme que «antes de tudo, é curto e que, em muito poucos minutos (oito), no mesmo espaço e quase de uma vez, conta uma história dramática de solidão».

Recebeu o prémio o seu compatriota, também cineasta, Eugénio Polgovsky, que apresentou no festival «Los Herederos» e falou em nome de Armella.

«Sente-se extremamente feliz, quer dedicar este prémio a toda a gente que trabalhou no filme e ao festival», afirmou. Carlos Armella declarou-se «surpreendido e muito contente».

Protagonizado por Patricia Meneses, Alberto Trujillo, Adolfo Ceballos e por uma cadela chamada Muñeca (Boneca), o filme foi rodado no Estado mexicano de Puebla, com um orçamento de 20 mil dólares.

«Tierra y Pan» «fala de uma situação terceiro-mundista, mas comunica com outro mundo», explicou o realizador.

«Procurei uma linguagem original, afirmativa. Quem sabe se não foi isso o suficiente. Tratava-se de um filme sem diálogo e isso ajudou a que fosse mais universal».

Menção especial

Outro prémio entregue na conferência de imprensa, na qual esteve também o director do festival, Marco Müller, foi uma menção especial para o trabalho húngaro «Vacsora» (The Dinner), de Karchi Perlmann.

A sua visão «realista e grotesca e as relações entre som e imagem de forte tensão emotiva» mereceram uma referência do júri.

«O autor apresentou uma situação dominada pela incerteza da vida e da morte», indicou Poe.

A Melhor Curta-Metragem Europeia, prémio que é concedido pela United International Pictures (UIP), foi para «De Onbaatzuchtigen» (The Altruists), do realizador flamenco Dejaegher Koen, do qual o júri destacou o retrato de como «o envolvimento económico afecta as relações humanas na sociedade europeia».