Exposição de fundos nacionais a crédito de alto risco é residual - TVI

Exposição de fundos nacionais a crédito de alto risco é residual

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Os fundos portugueses têm uma exposição residual aos produtos de crédito hipotecário de alto risco, avaliou a CMVM.

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Fonte oficial da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) disse à agência «Lusa» que o regulador está a seguir a situação com atenção, mas que, num levantamento preliminar, foi apurado que os fundos portugueses têm, apenas, uma exposição residual a este tipo de produto.

«Os fundos de obrigações de taxa variável portugueses têm uma exposição residual (ao crédito hipotecário de alto risco)», disse a fonte.

«Não têm grande exposição à dívida securitizada», esclareceu.

A mesma fonte também disse ainda que, em Portugal, os fundos têm de comunicar previamente à CMVM a intenção de cancelamento dos resgates, o que nenhum fez, nem comunicou estar a pôr, sequer, a hipótese.

Nos últimos dois dias os mercados bolsistas das principais praças mundiais perderam terreno, com os investidores receosos de que os problemas no mercado de crédito hipotecário nos EUA se estendam à Europa, depois de o francês BNP Paribas ter anunciado a suspensão do resgate e subscrição de 3 fundos investidos nesse segmento, a 9 de Agosto.

«O risco global está disseminado», disse à «Lusa» Cristina Casalinho do BPI, pelo que «não há razões para grande alarme».

Com essa dispersão do risco, através das operações de cedência de créditos e da comercialização de produtos estruturados (com participações nestes investimentos), os riscos foram vendidos por todo o mundo, lembra a mesma analista.

José Miguel Queimado, economista e estudante de mestrado na universidade norte-americana de Georgetown, disse à Lusa que a economia portuguesa também está exposta a este risco de mercado, mas de «forma indirecta».

Como as instituições financeiras portuguesas compraram produtos estruturados a outros bancos, quer da União Europeia, quer dos EUA, é natural que Portugal também venha a ser afectado com esta situação, embora não de forma muito significativa, acrescentou o mesmo especialista.

O responsável da casa de investimento Schroders em Portugal disse, também, que podem existir muitos bancos no país que investiram no mercado de crédito hipotecário mais arriscado.

«É inevitável que muitos bancos tenham subprime em Portugal», disse Leonardo Mathias, director da Schroeders.

Devido à globalização dos mercados e das economias «é natural que muitos bancos portugueses também estejam expostos» a esta dificuldade do mercado de crédito, precisou o responsável, referindo que desconhece quem são, quantos são e qual a sua exposição.

O crédito subprime é um tipo de empréstimos do mercado imobiliário que começou há poucos anos a ser feito nos EUA, com as instituições financeiras a assumirem mais risco por emprestarem dinheiro a pessoas de menores rendimentos.

Este ano algumas das empresas que se dedicaram a esse negócio faliram nos EUA e esta semana surgiram notícias de que esse problema se está a alastrar à Europa, com o BNP Paribas a dizer que suspendeu o resgate de três fundos de investimento e outros dois bancos na Alemanha a declarar também dificuldades semelhantes.
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