OPA à Cimpor: CSN diz que «preço é justo»

«É um preço justo» e representa «um grande esforço financeiro». É esta a primeira reacção da brasileira Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) que esta sexta-feira anunciou o lançamento de uma OPA sobre a totalidade do capital da Cimpor.

A empresa oferece 5,75 euros por acção, um preço que a maioria dos analistas considera «ser baixo».

«O preço de oferta é tão baixo que as acções começaram logo a disparar», disse um operador à Agência Financeira, adiantando que «agora a decisão de aceitar ou não a proposta vai caber aos quatro accionistas de referência: BCP, CGD, Manuel Fino e Teixeira Duarte».

Já na opinião do Barclays Capital, a oferta de aquisição da empresa brasileira sobre a Cimpor é interessante. «Representa uma oferta atractiva, no nosso ponto de vista».

O especialista destaca que «há baixo risco da Lafarge lançar uma contra-OPA», uma vez que a cimenteira portuguesa consta dos activos disponíveis para venda nas contas da Lafarge, enquanto a gestão da companhia francesa não mostrou interesse em aumentar a sua posição na Cimpor nos últimos anos.

Fonte oficial da CSN disse, no entanto, que «o valor representa uma mais-valia significativa face à média das cotações dos últimos seis meses e, mais do que isso, representa um grande esforço financeiro para alcançar os 5,75 euros/acção».

A mesma fonte adiantou ainda, à Reuters, que o preço oferecido nesta operação «resulta de um trabalho muito sério de análise, efectuado durante vários meses».

«A CSN vê este investimento numa perspectiva de desenvolvimento estratégico do seu negócio e está muito interessada em colaborar com os accionistas que optem por se manter no capital da Cimpor», frisou.

Cimpor pode ser alvo de ofertas concorrentes

Mas há outras empresas que podem entrar na corrida ao capital da cimenteira portuguesa. «Como o preço de oferta é baixo, a Cimpor pode ser alvo de ofertas concorrentes», disse à AF.

«A Cimpor pode despertar interesse noutra empresa ou mesmo em alguém que já estava interessado em lançar uma oferta melhor», explicou o operador.

Já o director da CSN, Benjamin Steinbruch, adiantou num comunicado enviado à AF que «dentro dos focos de negócio da CSN, esta é uma das melhores oportunidades de diversificação e de internacionalização em mercados com grande potencial de crescimento».

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A aquisição da Cimpor contribuirá para «a formação de uma das maiores empresas produtoras de cimento do mundo, com capacidade de produção de 36 milhões de toneladas» anuais de cimento.