Passos: «Incerteza na Europa voltou a aumentar» - TVI

Passos: «Incerteza na Europa voltou a aumentar»

Por isso é difícil prever o «impacto que alguns acontecimentos poderão ter na economia portuguesa»

«A incerteza relativa à conjuntura europeia voltou a aumentar». Quem o admite é o primeiro-ministro português, para quem é difícil fazer previsões e determinar «o impacto que alguns acontecimentos possíveis poderão ter na economia portuguesa». A crise europeia está ao rubro com o resgate à banca de Espanha e ao possível resgate do país, bem como no que toca ao futuro da Grécia.

Pedro Passos Coelho fez este ponto da situação durante um encontro empresarial na Câmara de Comércio de Lima, no Peru, a propósito da quarta avaliação do cumprimento por parte de Portugal do Programa de Assistência Económica e Financeira.

Segundo o primeiro-ministro, ao fim de «um ano de trabalho», Portugal conseguiu «quatro avaliações muito positivas» que mudaram a imagem externa do país, mas devido à «volatilidade» da situação europeia «não é fácil fazer previsões ou determinar o impacto que alguns acontecimentos possíveis poderão ter sobre a economia portuguesa».

«Os nossos parceiros internacionais contam já com a determinação de Portugal em corrigir os erros e desequilíbrios do passado, em honrar os compromissos assumidos e em se preparar para uma nova era de prosperidade, de crescimento e de emprego», afirmou Passos Coelho, considerando que «nenhum destes bons resultados teria sido possível sem o empenho e a lucidez dos portugueses».

Em seguida, no entanto, o primeiro-ministro referiu que esta quarta avaliação feita pelo Fundo Monetário Internacional e pela União Europeia aconteceu «num momento em que a incerteza relativa à conjuntura europeia voltou a aumentar».

Sobre a Grécia, o chefe de Governo notou que «é importante para todos que a Grécia possa agora entrar num período novo, em que as reformas possam ser realizadas e em que os gregos tenham a possibilidade, porque a merecem, de ter a estabilidade suficiente para vencer a sua crise».

Passos entende que «é possível antever, nesta altura, que a Grécia tenha novas condições, melhores condições para formar um Governo estável», depois das eleições que deram a vitória à Nova Democracia.

Passos Coelho adiantou também, por outro lado, que o Governo espera concluir rapidamente um acordo entre Portugal e o Peru para evitar a dupla tributação nestes países, que apontou como uma peça-chave para as relações económicas bilaterais.

«Estamos a envidar esforços para que se possa concluir rapidamente a negociação do acordo para evitar a dupla tributação com o Peru, a qual será uma peça chave na facilitação de todas as relações comerciais e económicas bilaterais».

Passos garantiu ainda que, «da parte do meu Governo, estamos empenhados em prestar todo o apoio possível aos nossos empresários, e também em atrair investimentos peruanos em Portugal, independentemente do seu valor, escala ou dimensão».

Segundo o primeiro-ministro, «a abertura e modernização das economias de Portugal e do Peru propiciam oportunidades de cooperação económica, comercial e empresarial nunca vistas até aqui» e o Governo encara esse relacionamento «numa ótica estratégica e como uma estrada com dois sentidos».

Antes, Passos Coelho referiu que as relações económicas entre Portugal e o Peru «têm vindo a intensificar-se», mas que, «apesar desse aumento, a balança comercial mantém-se deficitária para Portugal». «Há espaço para as nossas relações se fortalecerem, com benefícios mútuos. É nesse sentido que temos estado a trabalhar».

Durante este encontro, o primeiro-ministro recebeu uma condecoração da Câmara de Comércio de Lima. De acordo com o primeiro vice-presidente da Câmara, as empresas portuguesas presentes neste encontro «estão interessadas em identificar sócios potenciais peruanos nos setores da alimentação e bebidas, produtos eletrónicos, energia, engenharia e construção, indústria farmacêutica e tecnologia da informação e comunicações».
Continue a ler esta notícia