A Lei do Arrendamento e a introdução de portagens SCUTs foram os temas que o Governo escolheu para levar ao Parlamento, mas a oposição tinha guardado outras achas para lançar para a fogueira.
Sobre a Lei do Arrendamento, Sócrates disse que o PS pretende votar contra a legislação, caso o Governo «mantenha a actual versão ligeira, leviana do diploma, que permitirá o despejo de milhares de famílias», e pouco mais. O primeiro-ministro limitou-se a lembrar que a Lei contém mecanismos de protecção aos inquilinos economicamente mais frágeis e que isenta da actualização de rendas os mais idosos, que não podem ser despejados.
Em debate acabaram por estar também a legitimidade do Governo e do primeiro-ministro, «que não foi eleito pelos portugueses», e ainda os princípios do Orçamento do Estado para 2005 que foram já anunciados pelos membros do Governo.
Nesta matéria, Sócrates acusou o Governo de prometer o impossível aos portugueses, afirmando que «gelo quente não existe», numa alusão à descida do IRS, aumento dos salários públicos e das pensões, a par com uma manutenção do défice orçamental abaixo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O primeiro-ministro respondeu acusando o PS de criar ilusões aos portugueses com os casos do arrendamento e das auto-estradas sem custos para os utilizadores.
Sócrates não quis deixar também de abordar o caso Marcelo Rebelo de Sousa, alegando «pressões políticas» na saída do professor como comentador da TVI.
Oposição acusa Governo de ter prometido o impossível aos portugueses
- Paula Martins
- 14 out 2004, 18:57
Santana Lopes esteve na quinta-feira na Assembleia da República para responder às perguntas da oposição no primeiro debate mensal desde que Sócrates foi eleito secretário-geral do Partido Socialista.
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