Onda galga praia em Albufeira - TVI

Onda galga praia em Albufeira

Ambiente

Incidente aconteceu devido ao esvaziamento da Lagoa dos Salgados, que terá constituído um «desastre ecológico»

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Uma onda do mar galgou esta quinta-feira, por volta das 9 horas, a praia junto à Lagoa dos Salgados, em Albufeira, e rompeu uma das mais importantes zonas húmidas do Barlavento algarvio utilizada para a nidificação de aves.

Em declarações à Lusa, fonte da Polícia Marítima explicou que durante a última maré, uma onda maior vinda do mar rompeu a Lagoa dos Salgados e provocou uma descarga considerável daquela zona húmida, que estava com um nível elevado de água.

A onda provocou ainda o arrastamento de material lúdico da lagoa, nomeadamente de gaivotas de passeio, que apesar de arrastadas não sofreram danos materiais, indicou o comandante Marques Pereira.

Esvaziamento da Lagoa foi um desastre ecológico

Em Abril deste ano, a Lagoa dos Salgados foi esvaziada com a autorização da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve. O canal aberto entre a Lagoa dos Salgados e o mar permitiu o escoamento de água, causando a perda de ninhos de aves aquáticas.

Na altura a CCDR/Algarve explicou que o esvaziamento da lagoa foi autorizado porque durante o Inverno de 2008 aquele habitat foi alvo de «fenómenos de galgamento oceânico», «sofreu grande influência oceânica durante esta época húmida» e recentemente, «após um episódio intenso de precipitação» aumentou uma subida brusca ao nível da lagoa.

O ministro do Ambiente chegou mesmo a admitir que o esvaziamento da Lagoa dos Salgados, Algarve, autorizado pela CCDR Algarve, tinha sido um «desastre ecológico», mas que estava ultrapassado com a reposição arenosa.

Campo de Golfe é o motivo

A abertura da lagoa ao mar deixou a seco uma «das mais importantes zonas húmidas do litoral algarvio», lamentaram os ambientalistas, «deitando a perder» vários ninhos de espécies raras que ali vão para nidificar.

Luís Costa, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), afirmou que o fenómeno é «recorrente» e que acontece porque o campo de golfe está numa cota situada «abaixo do que deveria estar», pelo que é necessário abrir a lagoa ao mar.
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