Areia para a Costa da Caparica

O Instituto Nacional da Água vai colocar areia nas praias do Norte da Costa da Caparica a partir de domingo para evitar o avanço do mar e proteger as habitações e bares, informou o Ministério do Ambiente, avança a Lusa.

A governadora civil de Setúbal, Teresa Almeida, alertou quinta-feira para o «perigo eminente» do avanço do mar nas praias de São João provocar a ruptura das dunas e atingir habitações e estabelecimentos comerciais da zona.

Desde então, as dunas têm resistido à preia-mar, mas já perderam mais de 10 metros de areia.

Um assessor do Ministério, Joaquim Cale, disse à Lusa que o INAG está em alerta permanente e que a reposição de areia no cordão dunar das praias de São João será efectuado «assim que as condições climatéricas o permitam».

O assessor rejeitou a possibilidade de colocar pedras para proteger as zonas em perigo, hipótese sugerida pelo presidente da Junta de Freguesia e pelo dono de um bar que está em perigo de derrocada, visto que o INAG considerou que essa solução iria «agravar ainda mais a situação».

O dono do «Bar do Búzio», que está em perigo de derrocada, louvou a decisão do Ministério do Ambiente, mas afirmou recear que «as obras sejam fogo de vista» e que o seu bar não seja contemplado nesta acção de intervenção.

O concessionário disponibilizou-se para repor areia ou pedras na zona em frente ao seu bar «por conta própria», mas foi informado de que isso só seria possível com a autorização do INAG.

Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia da Costa de Caparica, António Neves, referiu que a intervenção será feita entre o «fim do paredão e o primeiro bar da praia, o "Bar do Búzio"», mas garantiu que as obras de reforço dessa duna irão evitar que o mar avance até ao bar.

Entretanto, a Protecção Civil tinha anunciado um estado de alerta permanente, que teria o seu auge entre as 17:00 e as 18:30, altura em que a maré cheia, conjugada com o mau tempo, poderia fazer o mar galgar as dunas e atingir o parque de campismo do Inatel, que chegou a ser evacuado.

Segundo António Neves, a mudança de direcção do vento evitou o pior, fazendo com que «a ondulação não atingisse o que estava previsto».

No entanto, reiterou que o cordão dunar da zona do parque de campismo «está muito deteriorado».