O substituto de Yanis Varoufakis, Euclid Tsakalotos, chegou de ‘mãos vazias’ à reunião dos ministros das Finanças da zona euro, onde a expectativa caía sobre a discussão de novas propostas.
Segundo a Bloomberg, há um sentimento de “frustração” do lado europeu perante a ausência de propostas.
Esta manhã, à entrada para a reunião de ministros, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, já antecipava dificuldades em relação a este encontro.
Também o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, disse esta terça-feira que "foi um erro deixar a Grécia entrar no euro".
Segundo disse uma fonte anónima à Reuters, Atenas deverá alinhavar um novo pacote de reformas, enviá-las esta quarta-feira ao Eurogrupo, no sentido de pedir um empréstimo ponte, no valor de sete mil milhões de euros.
“Eles dizem (Governo grego) que irão apresentar novas propostas e fazer um novo pedido talvez amanhã”.
Entretanto, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, vai pronunciar-se no plenário do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Decisão foi anunciada por fonte do governo grego à Reuters.
Esta manhã, a agência de notícias italiana ANSA avançou que a Grécia vai solicitar 7 mil milhões de euros, possivelmente nas próximas 48 horas, para enfrentar a situação de emergência financeira em que o seu país se encontra.
Até ao dia 10 de julho, ou seja, sexta-feira, os bancos têm fundos para conseguir garantir aos gregos o levantamento de 60 euros por dia em caixas automáticas. Depois disso, e se não houver algum tipo de acordo, ficarão em apuros.
Para além disso, nesse dia o Estado terá de amortizar 2940 milhões de euros de dívida de curto prazo, os chamados Bilhetes de Tesouro.
Três dias depois, a 13 de julho, Tsipras terá de pagar 465 milhões de euros ao FMI. Isto depois de na semana passada ter entrado em incumprimento com outra parte do empréstimo que devia ter saldado com o Fundo.
E no dia 20 de julho terá que reembolsar o BCE.
Gregos dizem 'Não' à austeridade
Este domingo, os gregos foram chamados às urnas para decidir se aceitavam o programa proposto pelos credores há mais de uma semana e a resposta não deixou margem para dúvidas: o “ Oxi” (“Não”) venceu com mais de 60% dos votos e tomou conta das ruas de Atenas, com milhares a celebrarem os resultados do referendo.
A vitória expressiva do “Oxi” terá surpreendido tudo e todos depois de, na última semana, todas as sondagens terem espelhado um país dividido e apontado o empate técnico entre o “Sim” e o “Não” como o resultado mais provável.