Chineses vêm a Portugal a pensar na dívida e com acordos na «manga»

A visita a Portugal do Presidente chinês, Hu Jintao, a 6 e 7 de Novembro, deverá ficar marcada por vários «acordos» e «contratos de investimento», nomeadamente na área do turismo. A visita acontece numa altura em que a China se manifesta disponível para comprar títulos do tesouro portugueses e «participar no esforço de recuperação económica e financeira» de Portugal.

«Vão ser assinados uma série de acordos da maior importância a nível oficial e de empresas. Esperam-se contratos de investimento de grande importância», disse o embaixador de Portugal na China, José Tadeu Soares à Lusa.

«Dívida nacional é uma gota de água para a China»

Já a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros chinesa, Fu Ying, frisou que «a situação económica e financeira em Portugal tem sido sempre o centro das nossas atenções: a Europa tem sido sempre um dos principais mercados para o investimento das reservas da China em divisas».

«Temos vontade para participar nos esforços dos países europeus para recuperar da crise», atirou.

China possui as maiores reservas em divisas do mundo

Depois de três décadas com um crescimento médio de cerca de 10 por cento ao ano, a economia chinesa é actualmente a segunda maior do mundo, a seguir aos Estado Unidos, e após a crise financeira de 2008 passou a ser considerada «um motor da recuperação global».

Pelas contas do FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês crescerá 10,5% este ano. Embora continue a assumir-se como «um país em vias de desenvolvimento», a China possui as maiores reservas em divisas do mundo: 2,65 biliões de dólares (1,92 biliões de euros), segundo os números de Setembro passado.

China disponível para comprar títulos portugueses

Recorde-se que esta visita - de Hu Jintao a Portugal - é a primeira de um Presidente chinês em mais de uma década e ocorre num bom momento das exportações portuguesas para a China.

Pelas contas chinesas, nos primeiros oito meses de 2010, as exportações portuguesas cresceram 66 por cento em relação a igual período do ano passando, somando 483,5 milhões de dólares.

O último Presidente chinês recebido em Lisboa foi o antecessor de Hu Jintao, Jiang Zemin, em Outubro de 1999.