O antigo ministro das Finanças Bagão Félix considera «muito provável» que as taxas de juro da dívida pública aumentem para o leilão de obrigações da próxima quarta-feira, tornando-se «insustentável» não pedir ajuda ao Fundo Europeu e ao FMI.
«Normalmente nas vésperas e antevésperas dos leilões, as taxas no mercado secundário reflectem já o movimento e, portanto, é muito provável que tenhamos que adquirir recursos através de taxas mais elevadas que as que pagaríamos com o Fundo Europeu», disse à Lusa o economista, considerando que «a situação é insustentável».
Sublinhando que «a cada dia que passa as coisas vão ficar mais negras e o custo para o país será maior», Bagão Félix defendeu que «neste momento, a questão da intervenção externa - do Fundo Europeu e do Fundo Monetário Internacional - já não se coloca no se mas no quando».
A compra directa de dívida portuguesa por países como a China ou a Líbia - que já mostraram interesse em fazê-lo - é, para Bagão Félix, um «bom analgésico por uma semana» e tem «a vantagem de ter um preço previamente convencionado», mas não resolve o problema.
Para o economista, o leilão de obrigações do Tesouro na quarta-feira «vai ser um indicador quase decisivo» da necessidade de pedir ajuda externa, pedido que, aliás, considera que não deve ser adiado.
«Feita a pergunta hoje e não há uns meses, acho que é preferível que [o Fundo Europeu de Estabilidade e o FMI] entrem» em Portugal, defendeu, justificando que, neste momento, «os mercados avaliam a nossa posição como de grande risco e portanto as taxas deverão aumentar».
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Bagão Félix: entrada do FMI em Portugal é «inevitável»
- Redação
- RL
- 10 jan 2011, 15:41
![Bagão Felix](https://img.iol.pt/image/id/13272551/1024.jpg)
Para o ex-ministro das Finanças já não se trata de saber «se» o FMI vai entrar no país, mas sim «quando» o fará
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