G20: «Época de estímulos chegou ao fim»

«No geral existe uma opinião comum de que terminou o tempo para os grandes estímulos económicos». As palavras são da chanceler alemã, Angela Merkel, que resumiu, assim, o encontro de dois dias das oito maiores potências do mundo, no Canadá.

O encontro começou na sexta-feira, um dia antes do encontro do G20, em Toronto. Este domingo, potências mundiais e países emergentes vão estar novamente reunidos. Em cima da mesa uma questão essencial: a redução dos défices públicos.

Na véspera da cimeira, o primeiro-ministro canadiano, Stephen Harper, anunciou que iria propor aos restantes parceiros do G20 o objectivo de cortarem a metade os seus défices até 2013.

As declarações da responsável alemã surgem numa altura em que decorre um acalorado debate entre norte-americanos e europeus sobre o caminho a seguir, agora que a economia global começa a recuperar da crise.

Merkel lamentou ainda que não exista consenso em torno do G20 sobre a proposta feita por alguns países europeus no sentido de impôr um imposto global à banca ou uma taxa sobre transações financeiras, que serviria como uma espécie de seguro contra futuras crises financeiras.

China recusa pressões sobre taxa de câmbio

No encontro, a China fez forte oposição às pressões do G20 sobre a taxa de câmbio da sua moeda, o yuan, face ao dólar norte-americano.

«Se houver uma alteração na taxa de câmbio, isso deve-se ao dinamismo interno da economia chinesa e não a qualquer pressão de um país ou de uma organização internacional», disse Ma Xin, responsável da Comissão de Desenvolvimento e Reforma Internacional, que representa a China na cimeira do G20.

O Banco Central chinês fixou na sexta-feira uma taxa de câmbio do yuan face ao dólar no nível mais alto dos últimos cinco anos, numa semana em que o Governo de Pequim mostrou-se disponível para ponderar uma flexibilização da taxa de câmbio.