Aprenda a gerir (a sério) o seu dinheiro - TVI

Aprenda a gerir (a sério) o seu dinheiro

Agência Financeira

Faça contas à vida, saiba como sair da espiral do crédito e poupar uns trocos. O orçamento familiar pode esticar mais do que pensa. Ponha-se à prova

Há muitos portugueses amarrados à espiral do crédito e sem fazer contas à vida sobre as despesas que todos os meses batem à porta. E, sobretudo agora que o Orçamento do Estado veio ditar um aperto ainda maior aos contribuintes, o cenário complica-se. É preciso, mais do que nunca, aprender a poupar e a gerir melhor o dinheiro. Pode até parecer estranho, mas ainda é possível ser rico.

Tem dúvidas? O «Manual das Finanças Pessoais», que acaba de ser lançado, pretende ser um guia prático para atingir isso mesmo. «Não falamos só de uma riqueza material, de acumular activos». Podemos ser ricos se alcançarmos também a satisfação pessoal e profissional que ambicionamos, disse à Agência Financeira Ricardo Ferreira, que partilha a autoria deste guia prático com João Pessoa Jorge.



Onde está a chave do cofre da tão almejada independência financeira? «Primeiro é preciso fazer uma reflexão sobre este querer mais e mais». Isso pode significar também mais níveis de endividamento. E depois o caldo fica entornado.

Para sair do buraco do crédito há vários caminhos: «não atire a toalha ao chão, negoceie com o banco», diz Ricardo Ferreira, lembrando que nenhum banco quer ficar sem que o cliente lhe pague a dívida. Depois, « faça um orçamento, olhando primeiro para o lado das receitas (salário, despesas com a casa, depósitos a prazo) e depois, sim, concentre-se nas despesas permanentes (alimentação, transportes, crédito, educação), registando-as por categorias. Em função disso, encontre fontes de desperdício» que o ajudarão a ter uma poupança mensal maior, «numa primeira fase para amortizar créditos e numa segunda fase para investir».

Parece-lhe que já não há mais margem para esticar o dinheiro, quanto mais para o poupar? Segundo os autores deste livro, há sempre. Compare, por exemplo, o que gastou em lazer e em telecomunicações num e noutro mês e ajuste os gastos em função daquilo que recebe. Na prática, «passe a controlar» e inclua a poupança no orçamento como uma despesa ao fim do mês - o ideal é que corresponda a 10% ou 15%. E é para cumprir à risca.

Se está afundado em muitos créditos, não desespere. Aconselhe-se com quem percebe do assunto relativamente à concessão de créditos. Trocando por miúdos, «se quer que lhe refaçam o spread de todos os empréstimos que contraiu dê um bem - a sua casa, por exemplo - como garantia». É que, «mantendo a mensalidade, mas sabendo que taxa de juro decresceu e que o prazo acaba mais cedo, mais rápido amortiza os créditos que lhe comem mais gastos». Alvos para ir abatendo por ordem de importância: crédito ao consumo, automóvel e casa.

A verdade é que «o grau de conhecimento dos portugueses é muito baixo em termos financeiros». Por isso, este manual «é para todos, até para as crianças a quem damos a mesada pela primeira vez».

«É preciso desmistificar a ideia de que esta é uma área cinzenta que ninguém percebe e há que incutir responsabilidades na procura de respostas». Muitas delas estão neste livro que começa logo com uma auto-avaliação. Teste o controlo que tem - ou pensava que tinha - nas suas finanças. Tire conclusões e trace objectivos. Por que não incluir «ser rico» na lista?
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