EDP: luz vai aumentar 10% para as grandes empresas - TVI

EDP: luz vai aumentar 10% para as grandes empresas

Electricidade

Regulador tinha proposto subir tarifas entre 10 e 15%

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[Notícia actualizada às 21h45]

O regulador dos serviços energéticos um aumento entre 10 e 15% nas tarifas da luz a pagar pelas grandes empresas. O comércio disse logo que se assim fosse teria de subir os preços nos produtos vendidos aos consumidores. E agora a EDP veio mesmo anunciar que vai haver mesmo um aumento, mas de 10% no ano que vem.

«Os grandes [clientes, na alta tensão] se tiverem a tarifa e continuarem à tarifa [o que poderão fazer transitoriamente durante um ano] vão ter um aumento de 10%. Os pequenos e médios vão ter um aumento de 4%, nas tarifas propostas pela ERSE», disse hoje o administrador da EDP João Manso Neto, citado pela Lusa, no decorrer de um encontro que a eléctrica convocou com jornalistas.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) tem previsto anunciar as tarifas para o próximo ano a 15 de Dezembro.

As suas propostas já são conhecidas e foram debatidas no Conselho Tarifário, um órgão que inclui várias associações de consumidores e a EDP, enquanto incumbente da tarifa regulada para domésticos.

«Se não quiserem as tarifas vão para o mercado», completou o presidente da EDP, António Mexia, que estava no mesmo encontro. «Vão ao mercado, convidem as empresas e recebam propostas».

As tarifas reguladas para as empresas desaparecem oficialmente em 2011, mas durante um ano as empresas que ainda não tenham passado para o mercado livre poderão manter-se na tarifa regulada pela ERSE.

Para os clientes domésticos, a ERSE propôs um aumento de 3,8% para 2011.

Mais de metade do que está na factura não fica na EDP

António Mexia quis demarcar-se da ideia de que o valor da factura da electricidade vai todo para a EDP.

«Por cada 100 euros que a EDP cobra, só 48 euros é que ficam na EDP - nas várias actividades: em mercado livre e em regulada - e 52 euros, e sem considerar impostos e taxa de radiodifusão, sou agente cobrador».

«Estou a cobrar 52% para outros. Mais de metade daquilo que é a factura que as pessoas têm em casa no serviço universal eu repasso para terceiros. Mas mais importante: isto está nas facturas todas, independentemente do fornecedor. É para todos os operadores».

Mexia explicou que a EDP tem 52% do mercado de geração de energia e portanto numa factura de 100 euros da maioria dos clientes residenciais (Baixa Tensão Normal) a componente energia não traz à eléctrica portuguesa mais do que 16 euros.

Pelo Uso de Redes e Gestão de Sistema, a EDP tem a haver 81% (os restantes 19 por cento vão para a REN, a Alta Tensão), o que na mesma factura de 100 euros representa 22 euros.

«Mas a sua remuneração é fixada pela ERSE», disse Mexia, acrescentando que em 11 anos o valor que a EDP recebe pelo acesso à rede se manteve nos 27,1 euros por cada megawatt/hora.

«E chegamos aos famosos Custos de Interesse Económico Geral (CIEG), que as pessoas têm a ideia que espetaram ali uma coisa que não tem nada a ver com eletricidade. Não é verdade».

A EDP tem uma «parte muito pequena» dos chamados «Custos de Interesse Económico Geral», mais concretamente 24%. Ou seja, desses «custos gerais» numa factura de 100 euros, a EDP recebe 11 euros.

Ou seja, tudo somado (16 mais 22 mais 11 euros), a EDP, disse o presidente da elétrica, recebe 48 euros em 100, um pouco menos que metade.

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