Eslovénia: ministro admite que país «não fez trabalho de casa» - TVI

Eslovénia: ministro admite que país «não fez trabalho de casa»

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Pressão dos mercados financeiros tem aumentado nos últimos meses

A pressão financeira sobre a Eslovénia está a aumentar porque o país não fez o seu trabalho de casa nos últimos quatro anos, considerou o ministro das Finanças, em entrevista à agência de notícias do país (STA).

Uros Cufer afirmou que o país, que enfrenta taxas de juro sobre a dívida soberana acima dos 6% há quase uma semana, tem que se focar em reconstruir a banca, reestruturar o tecido empresarial e acelerar o crescimento económico.

Considerando que pagar a dívida não seria um problema sério em circunstâncias normais, o responsável pelas finanças do novo Governo, que tomou posse em março, considera que na situação atual, a Eslovénia «não está em condições de ir ao mercado» financiar-se.

«A situação [de pressão financeira e de rumores que apontam o país como o sexto europeu a ter de pedir ajuda externa] não é tão crítica que obrigue a Eslovénia a tomar medidas no calor do momento só para mostrar que está a fazer alguma coisa», afirmou Cufer, sublinhando que o importante é continuar com a consolidação orçamental, «mas de uma maneira que não prejudique ainda mais a economia».

Ainda assim, o ministro das Finanças admitiu que o aumento do imposto sobre o consumo (IVA) e uma revisão da despesa pública são duas possibilidades num futuro próximo, retomando assim a ideia lançada pela primeira-ministra, na semana passada.

Antigo aluno modelo da zona euro, que integrou em 2007, a Eslovénia entrou em recessão em 2012, que se deverá prolongar por 2013. O seu sistema bancário está confrontado com uma soma considerável de créditos malparados, e que segundo o Fundo Monetário Internacional atingem os sete mil milhões de euros.

O novo Governo de coligação, investido pelos deputados eslovenos em 20 de março, deverá prosseguir a aplicação das medidas do precedente gabinete de centro-direita dirigido pelo conservador Janez Jansa, destinadas à reestruturação do sistema bancário.

De acordo com as recomendações de peritos, deverá ser reformulada a lei que prevê um bad bank, uma estrutura provisória destinada a absorver os ativos tóxicos, e ainda a relacionada com a gestão das empresas públicas.

Em 18 de março, o FMI calculou em mil milhões de euros as necessidades de recapitalização dos três principais bancos eslovenos em 2013, uma verba que poderá aumentar em caso de deterioração da situação económica.

As taxas de juro da dívida eslovena a dez anos estiveram, na semana passada, sempre acima dos 5,4%, terminando a semana nos 6,2% e chegando ao máximo histórico de 6,5% na passada quarta-feira.

Hoje, a dívida pública a 10 anos estava a ser negociada no mercado secundário a 6,1%, de acordo com os dados compilados pela agência financeira Bloomberg.
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