«Governo conseguirá fazer passar Orçamento mas com alterações» - TVI

«Governo conseguirá fazer passar Orçamento mas com alterações»

Ministro das Finanças [Tiago Petinga/LUSA]

Economist considera modelo seguido pelo Governo português como o mais acertado e diz que Irlanda e a Espanha vão ter de adoptar novas medidas nos próximos anos

A Economist Intelligence Unit considera que o Governo vai conseguir «um acordo político» que permita fazer passar o Orçamento para 2011 no Parlamento, ainda que com alterações às medidas de austeridade anunciadas até agora.

Kevin Dunning, economista-chefe responsável pela análise a Portugal considerou o modelo seguido pelo Governo como o mais acertado, depois de ter sido questionado sobre se algumas das medidas agora anunciadas poderiam ter sido evitadas caso fosse tomadas mais cedo, tal como fizeram a Irlanda e a Espanha.

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«Um aperto fiscal com a magnitude que Portugal precisa não pode ser aplicado de uma só vez. O Governo anunciou algumas medidas em Maio, que incluem items que podiam ser implementados rapidamente, como subida de impostos e corte nas despesas de capital», disse citado pela Lusa.

Agora, acrescentou, o Governo teve mais tempo para pensar o próximo pacote de medidas e «houve um forte debate político sobre como fazer as poupanças fiscais necessárias» para 2011.

«Considero que, para terem legitimidade, esta foi a melhor forma de tomar decisões com este alcance e tão controversas. Em todo o caso a Irlanda e a Espanha vão ter de adoptar novas medidas nos próximos anos para que consigam cumprir as suas metas orçamentais», afirmou Kevin Dunning.

Consolidação fiscal é prioridade

Quanto a medidas para melhorar a competitividade da economia portuguesa, o especialista diz que as medidas tomadas não terão esse efeito.

«As medidas orçamentais para 2011 anunciadas não deverão melhorar significativamente a competitividade da economia, mas a consolidação fiscal é uma prioridade neste momento», disse.

No médio prazo, salientou, o Governo poderá tornar o «ambiente para os negócios mais atraente melhorando o sistema de impostos, continuando as reformas do sector público, liberalizar certos mercados e melhorando o processo judicial».

Ainda assim, a «melhoria da competitividade também ocorrerá através de outras forças económicas que estão fora do controlo do Governo», apontou.
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