CGTP, PCP e BE contra mudança na legislação laboral

A CGTP, o PCP e o Bloco de Esquerda condenaram esta terça-feira a proposta de alteração da legislação laboral do PSD por considerarem que ela apenas vai agravar as condições de trabalho, sem contribuir para o país sair da crise.

«A proposta do PSD só vem agravar os factores que levaram o país à actual crise, só pode contribuir para aumentar a precariedade, e para reduzir as remunerações e a esperança dos trabalhadores», disse o secretário-geral da CGTP aos jornalistas, no final de uma reunião com o grupo parlamentar do PCP.

O líder do PSD vai propor que a contratação a termo de jovens à procura do primeiro emprego e de desempregados há mais de seis meses seja alargada até três anos.

Carvalho da Silva reconheceu que existe alguma sintonia entre as propostas social-democratas e algumas confederações patronais, nomeadamente a Confederação da Indústria Portuguesa, mas sublinhou que «para uma central sindical é absurdo e impossível pensar em qualquer tipo de compromisso com base nas propostas do PSD», disse o sindicalista.

O líder da bancada parlamentar do PCP, Bernardino Soares, também considerou que a proposta do PSD tem como objectivo reduzir os salários e os direitos dos trabalhadores e aumentar a precariedade.

«Não é com menos direitos que se contrói um país mais desenvolvido», disse o deputado comunista aos jornalistas, defendendo que a saída «é continuar a lutar contra esta política e construir alternativas».

A CGTP reuniu-se também, a seu pedido, com deputados do Bloco de Esquerda (BE) para discutir a situação do país e falar do dia nacional de protesto e de luta que vai concretizar de forma descentralizada no dia 8 de Julho.

Tal como o PCP, o BE manifestou «grande consonância» com a análise feita pela CGTP e com a necessidade de promover novas formas de luta.

«Estamos também de pleno acordo quanto à proposta do PSD: consideramos que ela fragiliza ainda mais as relações laborais e que tem como alvo a população mais jovem e os desempregados», disse à agência Lusa a deputada do BE Mariana Aiveca.

«É uma proposta escandalosa porque pretende prolongar os contratos a prazo para sempre e agravar as medidas que o Governo tem no PEC», disse a deputada apelando à participação da jornada de luta da CGTP de dia 8 de Julho.