Recuperação afectada, mas «Portugal está melhor que vizinhos» - TVI

Recuperação afectada, mas «Portugal está melhor que vizinhos»

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Economista britânico diz que política fiscal mais apertada vai afectar inevitavelmente recuperação da economia portuguesa

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As medidas fiscais anunciadas pelo Governo português para ajudar a reduzir o défice «vão inevitavelmente afectar a recuperação económica portuguesa», estima o economista britânico Azad Zangana, da gestora de investimentos Schroeders.

«Portugal está melhor que vizinhos»

«A política fiscal mais apertada vai afectar inevitavelmente a recuperação económica portuguesa», estima, mas «Portugal está melhor que muitos dos seus vizinhos europeus».

Zangana refere o facto de o Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido 1,7% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, «mais alto que o crescimento na Alemanha (1,5%), França (1,2%), Itália, (0,6%) e Espanha (-1,3%).

A Schroeders está confiante de que Portugal e o resto da Europa beneficiem de uma política monetária mais flexível e da desvalorização do euro, permitindo à Europa do sul recuperar a competitividade internacional e reparar as finanças públicas a curto prazo, escreve a Lusa.

«Mas, a curto prazo, prevemos que os mercados permaneçam cautelosos e a volatilidade continue», afirmou.

O Governo anunciou na quinta-feira um conjunto de medidas de austeridade para acelerar a redução do défice para 7,3 por cento em 2010 e 4,6 por cento em 2011 de forma a responder à pressão dos mercados internacionais.

Entre as medidas, negociadas com o PSD, estão o aumento do IVA em 1 ponto percentual nos três escalões, a criação de uma taxa extraordinária sobre as empresas com um lucro tributável acima de dois milhões de euros de 2,5% e a redução de 5% nos salários dos políticos, gestores públicos e membros das entidades reguladoras.

O economista britânico considera que «a aceleração da implementação de medidas de austeridade dá um sinal que o Governo está a levar a sério a redução do défice fiscal e a estabilização do rácio dívida/PIB».

«Portugal não é a Grécia», admite Zangana, «mas num mercado que está a reavaliar o risco, o governo português tem de fazer tudo para se diferenciar da situação em Atenas».
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