O défice orçamental deste ano deverá fixar-se em 4,8%, de acordo com os dados que constam da segunda notificação de Procedimento dos Défices Excessivos publicado pelo Instituto Nacional de Estatística.
Poupança das famílias aumenta para 10,1%
Este valor fica 0,8% acima da meta dos 4% acordada com a troika no âmbito do programa de ajustamento, mas as contas sofreram uma alteração, com a introdução do novo Sistema Europeu de Contas 2010 (SEC 2010) que traz um conjunto significativo de alterações metodológicas.
Este valor fica 0,8% acima da meta dos 4% acordada com a troika no âmbito do programa de ajustamento, mas as contas sofreram uma alteração, com a introdução do novo Sistema Europeu de Contas 2010 (SEC 2010) que traz um conjunto significativo de alterações metodológicas.
Relativamente ao primeiro semestre do ano, o défice fixou-se em 6,5%, com um saldo global de das administrações públicas a fixar-se em -5.573,7 milhões de euros.
Quais as mudanças no novo Sistema Europeu de Contas?
De acordo com informação do Ministério das Finanças enviada ao INE, o valor estimado para a necessidade de financiamento das administrações públicas ascende a 8.336 milhões de euros, um valor que inclui o montante de cerca de 1.289 milhões de euros referente ao registo das operações de financiamento do Estado à STCP e à Carris e ao assumir as perdas com empréstimos do BPN Crédito, detidos pela Parvalorem. Este valor, que corresponde a 0,74 pontos percentuais do PIB, não constaria no anterior sistema de contas, o que vem agravar os números do défice previstos.
Recorde-se que as duas empresas de transportes, que têm tido altas dívidas e grandes prejuízos, foram incluídas nas contas das administrações públicas, no âmbito do novo sistema de contas.
Segundo o INE, este aumento de despesa de capital, no caso da STCP e da Carris, correspondeu a 1.192 milhões de euros. No caso do perdão do empréstimo que a Parvalorem detinha sobre o BPN, o valor é de 96 milhões de euros.
A dívida bruta das administrações públicas estimada para este ano é de 223.148 milhões de euros. Prevê-se que o rácio seja de 127,8% do PIB. No Orçamento Retificativo, apresentado no mês passado, a previsão para este ano era de 130,9% do PIB.
Para o aumento da despesa do Estado também contribuíram os juros, que com a nova metodologia subiram em mais de 1.200 milhões de euros, para 8.849 milhões de euros.