CMVM diz que defendeu investidores na crise do BES - TVI

CMVM diz que defendeu investidores na crise do BES

Aprovação de aumentos de capital cabe ao Banco de Portugal, refere nota de Carlos Tavares

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A CMVM sublinhou nesta segunda-feira que cabe ao Banco de Portugal aprovar aumentos de capital de bancos e garantiu que nos últimos meses fez tudo para defender os interesses dos investidores do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).

No sentido de explicar a sua atuação ao longo dos últimos meses e o que está a fazer relativamente à crise em torno do BES, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) emitiu hoje à noite um comunicado em que garante que, de acordo com a informação que conhecia, defendeu os interesses dos investidores que aplicaram dinheiro no Banco Espírito Santo (BES) e no GES.

CMVM investiga se foi usada informação privilegiada na negociação de ações do BES

Na mesma nota, a CMVM relata que, apenas nos três meses entre 01 maio e 01 de agosto deste ano, houve 160 comunicados do GES e que ainda determinou a suspensão da negociação das ações do BES por quatro vezes e por uma vez as da Espírito Santo Financial Group (ESFG), então principal acionista do banco, por considerar que havia falta de informação.

A CMVM refere-se ainda ao recente aumento de capital do BES, feito em maio e em que foram injetados no banco cerca de mil milhões de euros, vincando que «não dispõe de qualquer poder relativamente às decisões sobre aumento de capital de qualquer sociedade» e que essa decisão cabe aos acionistas e, no caso dos bancos, «necessita de ter acordo do Banco de Portugal».

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Quem investiu então dinheiro em ações do banco perdeu tudo, ou quase tudo, com a solução encontrada este fim-de-semana pelo Banco de Portugal e pelo Governo para o caso do BES.

Ainda sobre a sua ação nesse processo, a entidade liderada por Carlos Tavares diz mesmo que «condicionou a aprovação do prospeto [do aumento de capital] à explicitação de todos os riscos relevantes, incluindo os relacionados com a situação relativa às entidades suas acionistas de referência», tendo em conta o que na altura era conhecido por si própria.

Acrescenta ainda que, antes do fim do período em que as ordens de compra de ações podiam ser revogadas, exigiu um comunicado com mais informação da ESFG sobre a sua situação.

O prospeto do aumento de capital do BES, de maio passado, deu a conhecer uma série de problemas financeiros com que então o banco se confrontava.

Lembra a CMVM que a sua intervenção se limita a aprovar o prospeto e verificar que esse documento contém toda a informação adequada e refere que, quando foi ao parlamento, a 24 de julho passado, Carlos Tavares «teve oportunidade de (...) alertar para a iminência de nova informação» sobre o BES a sair com as contas semestrais, «como veio a acontecer».

O BES apresentou prejuízos históricos de quase 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2014.

O regulador dos mercados financeiros refere ainda na mesma nota que na, «sua missão de defesa dos investidores», «prestará aos clientes de serviços de investimento informação que seja pertinente» e garante que atuará no sentido de que todos os «direitos e compromissos assumidos perante esses clientes sejam salvaguardados e honrados».

Quanto aos detentores de unidades de participação em fundos de investimento, a CMVM adianta que será divulgada no seu portal informação sobre as respetivas carteiras à data de 31 de julho, o que permitirá a esses investidores «avaliar a exposição das suas carteiras ao BES e ao GES e a sua evolução no último mês».
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