A Eslovénia, considerada uma potencial candidata a uma nova intervenção internacional, apresenta esta quinta-feira um plano de saneamento das finanças públicas que vai enviar à Comissão Europeia.
O programa destina-se a melhorar as finanças públicas do país e a sanear o setor bancário, confrontado com créditos duvidosos, cerca de sete mil milhões de euros, 20% do PIB do país.
O objetivo consiste em evitar que a ex-república jugoslava se torne no sexto país da zona euro a solicitar um resgate, após a Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha e Chipre, escreve a Lusa.
Alarmada pelas condições drásticas impostas a Chipre para obter uma ajuda internacional, Ljubljana tenta a todo o custo evitar essa opção, mas o conselho de ministros que hoje se reúne prepara um conjunto muito duro de medidas que inclui privatizações, aumento de impostos e medidas de austeridade.
Alenka Bratusek, que chefia um Governo de coligação em funções há apenas sete semanas, anunciou na quarta-feira que vai considerar as propostas da oposição, enquanto o documento evolui na sequência das reuniões com sindicatos, patrões e partidos.
De acordo com a agência noticiosa AFP, o governo esloveno pretende criar a partir de julho um imposto de crise que vai variar entre 0,5% e 5% sobre o conjunto dos rendimentos, incluindo as reformas. O IVA também poderá aumentar, enquanto também pode ser instaurado um imposto sobre bens imobiliários.
A injeção de 1,3 mil milhões de euros nos bancos públicos à beira da implosão, e que terá como consequência o agravamento do défice público para 7,8% do PIB em 2013 (contra 3,7% em 2012), será outra medida a anunciar.
Duas empresas públicas, um banco e o principal grupo de telecomunicações, devem ser privatizados.
O Governo deverá ainda negociar com os sindicatos da função pública uma redução salarial dos trabalhadores do setor, na sequência da diminuição de 8% imposta em 2012.
Na quarta-feira, Olli Rehn, comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos, disse que a União Europeia (UE) decidirá no final de maio a «próxima etapa» caso o plano seja «convincente, concreto e fiável».
A agência de notação financeira Moody's pressionou ainda mais o país ao degradar em 30 de abril a sua nota para a categoria «especulativa».
No entanto, em 3 de maio, a Eslovénia conseguiu garantir, com forte procura, 3,5 mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros) com os juros a registarem apenas uma ligeira subida.
As especulações sobre um pedido de ajuda do antigo «aluno-modelo» dos países do Leste que aderiram à UE reforçaram-se após o plano de resgate anunciado para Chipre, apesar das diferenças entre os dois casos: o setor bancário esloveno representa 130% do PIB, enquanto os bancos cipriotas representam 800% do PIB da ilha do Mediterrâneo oriental.
Eslovénia apresenta hoje plano para evitar resgate
- tvi24
- 9 mai 2013, 17:05
Documento vai tentar sanear as finanças públicas do país
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