BCP afunda e toca em mínimos históricos

O maior banco privado de Portugal, o BCP, iniciou a sessão de hoje a cair mais de 17% até ao mínimo histórico, com os investidores a temerem a subida dos seus custos de financiamento, após a S&P ter cortado os ratings de Portugal e, consequentemente, o dos cinco maiores bancos portugueses. Além disso, os traders contactados pela Reuters justificam esta descida ainda com a forte subida dos spreads da dívida soberana, que atingiram máximos do euro.

Esta quarta-feira, já se negociaram-se 79 milhões de acções do BCP, agora a descerem 4,47% para 0,641 euros, depois de terem descido para o mínimo de 0,555 euros. O índice DJ Stoxx para banca europeia está a descer apenas 2,22%.



«O BCP está a ser claramente penalizado pela perspectiva de aumento dos custos de financiamento e a descida do rating de Portugal que contagiou a banca, naturalmente castigada», disse Nuno Milheiro, trader da Difbroker.

«Esta queda tem também com o efeito de alavancagem que alguns investidores utilizaram pois o volume negociado no início da sessão foi anormalmento elevado», acrescentou.



Adiantou, contudo, que «não faz sentido o banco perder este valor em três dias», frisando: «o banco não faliu e não há dados da empresa para o BCP tocar num mínimo de sempre, porém se as notícias continuarem a serem más do lado grego as quedas podem não ficar por aqui».

Os traders refere que estes níveis de cotação do Millennium bcp pode ser também uma oportunidade para investidores, nomeadamente a Sonangol, aproveitarem e entrarem na estrutura accionista do BCP, após o banco ter duplicado o limite máximo dos direitos de voto para 20%.