Bolsas voltam às perdas ensombradas pela tempestade grega - TVI

Bolsas voltam às perdas ensombradas pela tempestade grega

Bolsas europeias até acordaram positivas mas foi sol de pouca dura. Índices já seguem a perder à espera do que sairá da reunião entre Merkel e Sarkozy. Investidores temem saída da Grécia da Zona Euro e fim da moeda única

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A bolsa nacional arrancou em alta, num sentimento de recuperação face às fortes quedas de ontem, mas já inverteu para terreno negativo, no dia em que Portugal volta ao mercado para tentar vender dívida entre mil e 1.500 milhões de euros em instrumentos de curto prazo.

Os mercados estão preocupados com o anúncio do Governo grego em avançar com um referendo para que os gregos decidam se querem ou não o segundo pacote de resgate internacional ao país. Um plano que tem chumbo praticamente certo.

O PSI20 segue a perder 0,46% para 5.630,34 pontos, com metade das cotadas em queda e outra metade em alta, depois de ontem ter perdido mais de 1,5 mil milhões de euros.

As bolsas europeias - que tinham arrancado com ganhos superiores a 1% - num sentimento de correcção face às fortes quedas de ontem, já voltaram também à maré vermelha. Frankfurt cede 0,02%, Milão recua 0,31%, Londres cai 0,45% e Madrid tomba 0,95%. Apenas Paris contraria: soma 0,18%.

O ânimo em torno da reunião da Reserva Federal Norte-americana (Fed) - que deverá rever as suas projecções para o desemprego, bem como anunciar novas medidas de apoio à maior economia do mundo - acabou por ser sol de pouca dura.

Os problemas em torno da Grécia voltam a ter maior peso. O chefe do Governo de Atenas, Georges Papandreou, convocou ontem um referendo ao segundo pacote de ajuda a Atenas e ao perdão de 50% da dívida concedido pelos bancos ao país, uma decisão que já teve o «aval» dos ministros do seu Governo e que deixou os líderes europeus à beira de um ataque de nervos. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciaram - em resposta - uma reunião de emergência para hoje, em Cannes, para tentarem alcançar um recuo de Atenas nesta matéria, até porque amanhã arranca a cimeira do G20.

Este referendo - a ser chumbado - pode pôr em causa todo o plano da Zona Euro para combater a crise e pode precipitar a própria saída da Grécia da Zona Euro. O plano põe ainda em risco a própria falência de Atenas e um eventual contágio a outros países mais frágeis da Europa, o que seria um passo para o fim da moeda única.

A nível empresarial, em Lisboa são os pesos pesados EDP e Portugal Telecom que comprometem. A eléctrica desce 2,00% para 2,197 euros e a operadora recua 1,39% para 4,821 euros.

Na banca, o Banif cede 1,03% para 0,286 euros e o BES cai 2.46% para 1,385 euros. Já o BCP (que apresenta hoje contas) e o BPI recuperam dos mínimos alcançados ontem ao subirem 1,49% e 1,33%, respectivamente, para 0,136 euros e 0,456 euros.

Em queda segue ainda a Zon (-3,31%), a EDP Renováveis (-1,42%), a Portucel (-1,63%), a Sonae (-3,14%), a Mota-Engil (-0,38%), a REN (-0,76%), a Altri (-2,61%), a Semapa (-0,12%) e a Sonae Indústria (-1,12%).

A impedir a bolsa de maiores quedas está a Jerónimo Martins que valoriza 1,24% para 12,250 euros, no seu Dia do Investidor, depois de ter anunciado que pretende investir 2,2 mil milhões de euros entre 2012 e 2014, sendo que 70% deste montante será canalizado para a unidade polaca da retalhista portuguesa.

A Brisa, na mesma linha, soma 2,97% para 2,389 euros, na sessão em que apresenta os seus resultados dos primeiros nove meses do ano.
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