Depois de cerca de 2h30 de reunião com os accionistas, o «chairman» da PT mostrou-se contido. «Não tenho de concordar ou não concordar com o que saiu da reunião. Lido com factos e o facto criado é este», disse Henrique Granadeiro aos jornalistas.
E o facto é claro: a PT só continua na Vivo porque o Estado vetou o negócio. Os accionistas, esses, aprovaram a venda. Foram apenas 26% de votos contra, o que deixa indiciar que mesmo o núcleo duro nacional vacilou perante os 7,15 mil milhões de euros oferecidos pela Telefónica.
«Com um quórum de 62% temos de ter presente que houve um grande apoio dos accionistas portugueses na posição da PT, aquando dos 6,5 mil milhões. A nova oferta só foi conhecida às 11h da noite», defendeu o presidente executivo da PT, Zeinal Bava.
Sobre a nova oferta, «o conselho de administração não chegou a reunir-se», disse Henrique Granadeiro.
Seja como for, «o conselho de administração tinha a convicção de que não seria aplicada a golden.-share», admitiu o «chairman» da dona da Meo.
No entanto, «o presidente da mesa acabou por aceitar a golden-share», uma posição «que faz parte dos estatutos da PT» e que originou uma decisão de vetar a oferta de 7,15 mil milhões de euros da espanhola para comprar a Vivo.
E quanto ao futuro? «Vamos começar hoje a pensar no negócio», disse Granadeiro, adiantando que ainda há esperança numa boa relação com a Telefónica.
«Tal como com aquando da [OPA da] Sonae/Sonaecom que não impediu as relações», exemplificou.
Já sobre um possível contra-ataque da Telefónica - como o lançamento de uma OPA à PT, a venda da sua parte da Vivo ou o recurso ao Tribunal Europeu para contestar o uso da golden-share - Granadeiro não comenta. «Não faço comentários sobre hipóteses».
Por agora, o conselho de administração vai reunir-se de emergência para discutir futuro da PT, pelas 14h30, na sede da operadora nacional, em Lisboa.
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PT: «Acreditávamos que não seria usada a golden-share»
- Ana Rita Leça
- 30 jun 2010, 14:15
Henrique Granadeiro e Zeinal Bava não esconderam o desânimo de ver os accionistas votar de forma contrária à posição declarada pela administração da Portugal Telecom
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