Tal como o Banco de Portugal, também o Governo assegura que só avisou Bruxelas do colapso do BES quando soube que ele estava a acontecer. A decorrada das ações aconteceu a 1 de agosto, com uma desvalorização de 65%, e os contactos com a Direção Geral da Concorrência da União Europeia aconteceram um dia depois, e não ainda em julho. Maria Luís Albuquerque desmente, assim, a notícia que dá conta disso mesmo, esta quarta-feira.
«Não há qualquer notificação a 30 de julho à Autoridade da Concorrência. A notificação é feita no dia 3 de agosto, e os contactos com a DG Concorrência, repito, só a dois de agosto», sublinhou na comissão de orçamento e finanças, no Parlamento, onde está a ser ouvida.
«São única e exclusivamente estes contactos com a DG sobre essa matéria, presencialmente, em Lisboa», repetiu.
A ministra das Finanças quis ainda realçar que «foi muito importante, foi fundamental para a estabilidade do sistema financeiro português que a administração do Novo Banco, que tinha sido nomeada pelos anteriores acionistas, tenha decidido continuar a frente da administração», mesmo depois dos prejuízos avultados que se verificaram. Maria Luís Albuquerque admitiu que teria sido muito pior, se isso não tivesse acontecido.
Por isso, manifestou a sua «gratidão e sentido de responsabilidade» a Vítor Bento e restante equipa, que tudo fizeram, segundo a governante, para «manter credibilidade e segurança dos depositantes».
«Entretanto decidiram sair e comunicaram a decisão ao BdP» que, por sua vez, tentou outra administração. «A minha representante no conselho diretivo no fundo de resolução votou favoravelmente» à nova administração. «Este é o envolvimento do ministério das finanças» para a resolução do problema, sendo que a ministra frisou que foi apenas mais um voto entre os três possíveis.