Aeroporto: «modelo Portela+1 daria para poupar 800 milhões» - TVI

Aeroporto: «modelo Portela+1 daria para poupar 800 milhões»

Aviões acumularam-se na placa de partida do aeroporto da Portela - Foto Lusa/Inácio Rosa

Solução apontada pela Associação Comercial do Porto é baseada num estudo que defende apenas, para já, a retirada do tráfego aéreo low cost da Portela para Alcochete

Já que estamos a viver um período mais severo de austeridade económica, a Associação Comercial do Porto quis sublinhar esta segunda-feira as vantagens do modelo Portela+1 para o novo aeroporto de Lisboa. A ACP diz que esta solução permitiria poupar 800 milhões de euros e, ainda, fazer face às «incertezas» da crise internacional.



«O nosso modelo coaduna-se com tempos de austeridade como o actual e com qualquer outro, porque os fundos públicos têm sempre que ser bem utilizados». E, «em período de crise são mais prementes as exigências da boa utilização», afirmou o co-autor do livro «Recursos a Voar: Como Decidir o Investimento Público em Tempos de Crise», Álvaro Nascimento.

E é a partir desta obra e do estudo que lhe antecedeu sobre o novo aeroporto, que se chegou à conclusão que o melhor é mesmo o modelo Portela+1, que mantém o actual aeroporto de Lisboa, complementado com uma outra infra-estrutura.

«Em vez de transferir de uma vez todo o aeroporto, o que nós propomos é que primeiro se retire da Portela apenas o tráfego low cost, transferindo-o para um novo aeroporto [em Alcochete] que [numa primeira fase] não necessita de um investimento tão aprofundado como um aeroporto grande», afirmou Álvaro Nascimento.

Trata-se de uma questão de poupança, dinheiro que permite fazer melhor figura na redução do défice. «Com o 'Portela+1' estou a economizar ao investir de uma forma mais gradual, num valor que estimamos que possa aproximar-se dos 800 milhões de euros».

Mas há mais. «Se a procura evoluir de forma desfavorável é possível que a transferência para a Portela não seja necessária nos próximos 10/15 anos e, então, estou a poupar um investimento que estaria ali inutilizado e pelo qual tenho que pagar juros do financiamento e custos significativos de manutenção», sustentou o mesmo responsável.

E há ainda a possível privatização da TAP a condicionar este projecto. «Se a TAP for privatizada, por exemplo, para um consórcio liderado pela Ibéria, é possível que haja uma transferência de tráfego substancial de Lisboa para Barajas [Espanha], o que só reforça a necessidade de um modelo que permita ter flexibilidade suficiente para acomodar estes cenários», explicou o economista Alberto Castro, um dos economistas que participou no livro apresentado esta segunda-feira.

O livro contou também com a autoria de Álvaro Costa, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e partiu de um estudo encomendado em 2007 à Universidade Católica, pela Associação Comercial do Porto que desde logo defendeu a solução agora apontada.
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