Bancos alemães recusam divulgar provas de solvência - TVI

Bancos alemães recusam divulgar provas de solvência

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Iniciativa vai ser posta em prática em Espanha para convencer os mercados da solidez das instituições financeiras. Mas associação alemã de bancos não quer seguir as pisadas

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Espanha vai divulgar os resultados das provas de «stress» que avaliam a solidez das instituições financeiras, com vista a convencer os mercados da solvência dos bancos. Mas a associação alemã de bancos já avisou esta quarta-feira que a exposição pública desses dados pode ter resultados nefastos junto dos mercados internacionais, revela a agência Lusa.



«Na Alemanha, não é juridicamente possível publicar os resultados do teste de stress», disse à Bloomberg um porta-voz da associação alemã de bancos (BdB). «Mesmo que seja mudada a legislação, teria de se questionar a divulgação por causa de possíveis más interpretações», acrescentou.

A divergência é mais uma «acha para a fogueira» das notícias e declarações que têm sido proferidas durante esta semana, envolvendo a possível necessidade da Espanha recorrer às ajudas europeias para garantir o financiamento internacional.

O país vizinho está na mira dos mercados, com a imprensa local a avançar que o Fundo Monetário Internacional, cujo director geral vai reunir-se com Zapatero na sexta-feira, a União Europeia e até os Estados Unidos preparam um plano de ajuda ao país.

As informações foram, no entanto, desmentidas pela ministra da Economia espanhola, Elega Salgado. «Não, em absoluto», disse hoje a governante, lembrando que já por várias vezes negou este tipo de notícias.

«Não sei de onde vêm essas histórias»

Não está em discussão «nenhum plano para dar ajuda financeira a qualquer país», também há havia dito o porta-voz europeu dos Assuntos Económicos e Monetários, Amadeu Altafaj, na passada segunda-feira.

«Não sei de onde vêm essas histórias. Parece que vem tudo do mesmo país [Alemanha] desde sexta-feira», afirmou Altafaj, quando questionado pelos jornalistas.

Os bancos alemães estão entre os maiores credores dos espanhóis, com 202 mil milhões de dólares (cerca de 164 mil milhões de euros, à taxa de câmbio actual) de exposição, segundo o Banco Internacional de Pagamentos.

No fim-de-semana, o «Financial Times Deutschland» escreveu, sem citar fontes, que o executivo europeu estava a estudar ajudar a Espanha para a estabilizar o seu mercado financeiro. As autoridades espanholas rejeitaram essa possibilidade mas, na segunda-feira, o "Frankfurter Allgemeine Zeitung" reiterava a mesma ideia.

O défice espanhol foi de 11,2% no ano passado. O Governo espera que diminua para 9,3% este ano. Mas 2010 deverá ainda fechar com a dívida pública em 64,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

No entanto, o principal problema do país parece estar no sistema financeiro. O próprio governo admitiu hoje problemas no mercado interbancário, mas não o suficiente para recorrer a qualquer fundo de emergência internacional.
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