BCP admite despedimento coletivo - TVI

BCP admite despedimento coletivo

Nuno Amado espera que rescisão com 600 trabalhadores seja amigável. Caso contrário, ameaça com despedimento coletivo

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O presidente do BCP admitiu esta segunda-feira que o banco pode entrar num processo de despedimento coletivo se não conseguir a saída das 600 pessoas pretendidas através de rescisões amigáveis. Em causa está uma poupança de 30 milhões de euros, já em 2013.

Segundo Nuno Amado - que hoje confirmou o objetivo do BCP de reduzir em 600 o número de trabalhadores até 2013 - a «intenção» é que o processo de rescisões «seja amigável», mas, caso os trabalhadores não aceitem as condições propostas pelo banco, então avança-se com despedimento coletivo. Condições que, garantiu, são «claramente superiores à base legal», disse citado pela Lusa.

«Estamos a fazer tudo para não entrar [em despedimento coletivo] e com sacrifício dos acionistas», acrescentou.

Nuno Amado adiantou ainda que é objetivo do banco ter o processo fechado em breve para que não seja «longo e desgastante» e deu mesmo uma data: «Gostaríamos de ter praticamente todos os acordos concluídos no próximo mês».

Sobre os trabalhadores aos quais vão ser propostas rescisões amigáveis, o presidente do BCP garantiu que o processo será «transversal e vertical», abrangendo «todas as áreas» do banco e de «cima para baixo».

Nuno Amado disse também que este ano o banco vai reduzir 40 sucursais, tendo 20 já sido fechadas e devendo as restantes encerrar até final de dezembro. Isto depois de ter admitido vender a operação na Grécia em breve.

O responsável anunciou também que o BCP já pagou 25 milhões de euros até setembro para o imposto extraordinário sobre a banca.

A instituição financeira fechou o terceiro trimestre deste ano com 9.866 trabalhadores, menos 93 do que no final de 2011. Em termos de custos com pessoal, o ano passado, o BCP gastou 545 milhões de euros. Este ano, até setembro, esses custos foram de 397 milhões de euros.

BCP só deverá regressar aos lucros em 2014

O processo de rescisões vai ser centrado em Portugal, ainda que na operação na Grécia também deva haver saída de trabalhadores, depois de o ano passado já terem saído cerca de 20% dos funcionários.

O BCP anunciou hoje os resultados obtidos entre janeiro e setembro deste ano, período em que registou prejuízos de 796,3 milhões de euros.

O banco anunciou, depois, que só deverá regressar aos lucros em 2014, ou seja, Amado admite que os próximos trimestres «serão exigentes» para as contas da instituição.

«Queremos, em 2014, atingir uma posição devidamente equilibrada no mercado português», rematou.
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