BCP: resultado da saída de trabalhadores conhecido em dezembro

Os resultados do processo de rescisão do BCP com cerca de 600 trabalhadores vão ser conhecidos em dezembro, disse hoje o presidente do banco, Nuno Amado.

O presidente do BCP participou na última noite na entrega dos prémios «Realizar», destinados a empreendedores que recorreram ao microcrédito do BCP, na sede do banco, em Lisboa, escreve a Lusa.

Questionado, à margem da cerimónia, sobre como está a correr o processo de rescisão com cerca de 600 trabalhadores, anunciado há algumas semanas, Nuno Amado foi parco em palavras, afirmando apenas que serão conhecidos os resultados finais em dezembro.

«Falamos no fim do processo de rescisões, falamos em dezembro», disse o presidente do BCP.

Já sobre as declarações do presidente do BES, Ricardo Salgado, que afirmou que no BES não se ia «assistir ao filme que se está a passar noutras rescisões», referindo-se às centenas rescisões do BCP, Nuno Amado não quis comentar.

«Respondo pelo BCP, não entro em polémicas com terceiros», disse apenas.

O BCP iniciou, no início de novembro, um processo de saída de cerca de 600 trabalhadores, sobretudo através de rescisões amigáveis, mas também de reformas antecipadas.

O banco abriu um processo de rescisões voluntárias, a que se puderam candidatar todos os trabalhadores da instituição. Ao mesmo tempo, enviou propostas direcionadas a vários funcionários selecionados com as condições de saída.

Aos trabalhadores que aceitarem sair são oferecidos 1,7 vencimentos por cada ano de trabalho (inclui salário base, subsídios de férias e de Natal, isenção de horário, entre outros complementos), mantendo ainda estes as condições do crédito a habitação, sobretudo a taxa de juro, assim como o seguro de saúde Médis.

Para os trabalhadores até 50 anos de idade o seguro mantém-se por um ano e acima dessa idade por dois anos.

O banco disponibiliza os serviços de uma empresa especializada para quem pretende procurar novo trabalho e uma linha de microcrédito para os que queiram abrir atividade por conta própria.

O presidente do BCP admitiu, na apresentação de resultados do terceiro trimestre, que se não conseguir a saída dos 600 colaboradores neste processo, poderá avançar para despedimento coletivo.

Em setembro, o BCP tinha 9.866 trabalhadores.