«Dados do BdP são a realidade depois do festim anunciado por Sócrates» - TVI

«Dados do BdP são a realidade depois do festim anunciado por Sócrates»

Honório Novo

Deputado do PCP reage aos números avançados pelo Banco de Portugal que prevê uma recessão de 1,3 por cento em 2011

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[Notícia actualizada às 14:25 com reacção do PS e BE]

«Esta é a realidade que nos espera, através das medidas de austeridade que nos impõem, depois do festim anunciado esta manhã pelo primeiro-ministro». As palavras são do deputado comunista Honório Novo, no Parlamento, em reacção ao Boletim de Inverno, divulgado esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP).



A entidade liderada por Carlos Costa anunciou hoje que prevê um recuo da economia portuguesa de 1,3 por cento em 2011, admitindo mais medidas de austeridade.



Valores que contrariam as estimativas do Governo: esta manhã José Sócrates e o ministro das Finanças fizeram uma declaração conjunta onde anunciaram uma previsão de um crescimento de 0,2 por cento no próximo ano.



«A triste realidade é que vamos perder mais do dobro do emprego daquele esperado pelo Governo», disse Honório Novo aos jornalistas, apontando o dedo às «medidas aprovadas pelo bloco central, ou seja PS e PSD».



«O que está a acontecer é o que já tínhamos avisado. São as consequências do trabalho que tem sido feito. Agora, o Banco de Portugal considera como possível a adopção de novas medidas de austeridade para satisfazer o eixo franco-alemão».



«O que temos de fazer agora é dar um murro na mesa, senão vamos de submissão em submissão até à escravização da nossa economia», defendeu o deputado do PCP.

PS espera que Banco de Portugal esteja enganado



O líder parlamentar do PS manifestou, por sua vez, o «desejo» de que o Banco de Portugal esteja enganado: «O meu único desejo é que o Banco de Portugal se engane em relação ao ano de 2011 como de facto se enganou em relação a 2010», afirmou aos jornalistas no Parlamento.

Francisco Assis quis sublinhar a distinção entre «resultados e projecções». Por isso, fez questão de lembrar que «há um ano atrás» a previsão era de 0,3% e que o crescimento acabou por ser de 1,3%. «Agora, esperamos que a recessão não se venha a confirmar».

Mais: «Hoje há um resultado em relação a 2010 e felizmente o resultado é muito melhor que a previsão. Por isso, espero que daqui a um ano possamos estar aqui para constatar que o resultado foi melhor que a previsão do Banco de Portugal».

Bloco não está surpreendido

O Bloco de Esquerda recebeu sem surpresas as previsões do Banco de Portugal, que apontam para uma recessão de 1,3% em 2011.

«Creio que os números não são uma surpresa para ninguém e, apesar de declarações irrealisticamente optimistas por parte do Governo, eu creio que nem mesmo por parte do Governo são uma surpresa este enorme trambolhão na capacidade de criação de riqueza da nossa economia», afirmou Ana Drago, citada pela Lusa.

«As políticas de austeridade e os cortes em todos os sectores de investimento público e nos apoios sociais «conduzem a um cenário recessivo em 2011 que se propaga em 2012». Para a deputada do BE, está «sem dúvida em risco» o cumprimento do objectivo do Governo de reduzir o défice orçamental para 4,6 por cento em 2011.
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