Estradas de Portugal admite ter «um problema de tesouraria» - TVI

Estradas de Portugal admite ter «um problema de tesouraria»

IGF preocupada com a dívida da empresa

O administrador da Estradas de Portugal (EP), José Castel Branco, admitiu esta terça-feira que a empresa tem «um problema» de tesouraria e não consegue obter financiamento.

«Há um problema de tesouraria», afirmou José Castel Branco, que está a ser ouvido nas comissões parlamentares Orçamento, Finanças e Administração Pública e Economia e Obras Públicas sobre uma auditoria à EP que conclui que a empresa corre o risco de insustentabilidade financeira.

Citado pela Lusa, o administrador da EP disse que «existe um problema de financiamento temporal».

«Neste momento, não conseguimos obter financiamento», acrescentou o administrador, afirmando que os «problemas da EP colocaram-se em 2010 e colocam-se em 2011 e em 2012».

José Castel Branco disse ainda que a empresa está a trabalhar com o Governo para encontrar soluções, referindo serem «muito elevadas» as suas responsabilidades.

«É fundamental conseguir financiar essas responsabilidades, que são do Estado e que a EP é chamada a financiar», afirmou.

O administrador salientou, no entanto, que as dificuldades geradas pelo actual modelo de financiamento da EP não se reflectem nos resultados, assegurando que, «a nível de resultados, a empresa é sólida e economicamente viável».

IGF alerta para dívida da Estradas de Portugal

A Inspecção-Geral de Finanças (IGF) alertou hoje para o endividamento da Estradas de Portugal (EP) e para as consequências da dificuldade de obtenção de crédito por parte da empresa.

A sub-inspectora da IGF Maria Isabel Castelão Silva e o director da IGF Heitor Agrochão foram ouvidos nas comissões parlamentares de Orçamento, Finanças e Administração Pública e Economia e Obras Públicas, sobre uma auditoria à EP que conclui que a empresa corre o risco de insustentabilidade financeira a partir de 2014.

«A EP tem vindo a lutar com alguma dificuldade para a obtenção de crédito», afirmou a sub-inspectora, alertando para o crescente endividamento bancário da empresa, que em 2015 ultrapassará os 4,2 mil milhões de euros.

«As consequências da falta de financiamento são sabidas. Não ter financiamento pode fazer com que a sociedade se torne inviável», disse o director da IGF.

Quando questionado sobre o futuro da EP, Heitor Agrochão afirmou que «será aquele que o Governo entender», acrescentando que «o caminho é estreito» e «são exigidas medidas».
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