Eurodeputados irlandeses: situação do país é mais grave que a de Portugal - TVI

Eurodeputados irlandeses: situação do país é mais grave que a de Portugal

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Irlanda está sob maior pressão por causa da saúde do seu sistema bancário, mas ainda não pediu ajuda

A crise financeira que afecta a Irlanda tem uma dimensão diferente da situação vivida em Portugal, sobretudo devido ao grave problema de liquidez do sector bancário local. São os próprios eurodeputados irlandeses que o admitem.



«A Irlanda está sob maior pressão do que Portugal por causa da situação do sistema bancário, onde existe um grande problema de liquidez», reconheceu à Lusa Brian Crowley, eurodeputado do Grupo da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa, eleito pelo Fianna Fáil, o partido que está no poder na Irlanda.

Por seu turno, Proinsias De Rossa, eurodeputado socialista eleito pelo Partido Trabalhista irlandês (na oposição), sublinhou que «os problemas entre Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda são financeiros, mas não têm a mesma origem», apontando igualmente para «o problema de capitalização dos bancos irlandeses».

O primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, assegurou esta terça-feira que «não houve até ao momento negociações entre a Irlanda e o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Fundo Europeu de Estabilização Financeira. A Comissão Europeia já o afirmou, o FMI já o afirmou e o Governo irlandês também, pelo que não se compreende que a imprensa internacional continue a insistir que um pedido de ajuda está iminente».

De resto, o próprio primeiro-ministro irlandês, admite que o país vive uma situação «frágil» mas que as finanças públicas do país estão controladas.

Contudo, segundo Proinsias De Rossa, «a questão já não é se a Europa vai ajudar a Irlanda, mas sim como».

«A solidariedade da União Europeia está a ser testada». «Não se trata apenas da sobrevivência da Irlanda, mas também da Zona Euro e da própria União Europeia». E reforçoi: «Os problemas actuais não são só da Irlanda, de Portugal, de Espanha ou da Grécia, são europeus».

Este eurodeputado considera que «existe um comportamento irracional no mercado da dívida, já que os investidores estão muito nervosos». Mas que Dublin não precisa de recorrer ao fundo de resgate europeu, já que, se «o problema está na capitalização dos bancos irlandeses», o fundo «não pode ser usado para ajudar a banca».

Já Crowley salientou que «o BCE tem comprado dívida irlandesa e o Banco Central da Irlanda tem estado a capitalizar as principais instituições financeiras do país», que, segundo o próprio, «têm um grande buraco».
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