Governo deve dar dinheiro para Carris despedir 300 - TVI

Governo deve dar dinheiro para Carris despedir 300

Greve

Conclusões do grupo criado para analisar reestruturação dos transportes públicos. Também defendem corte de carreiras

O grupo de trabalho criado para analisar a reestruturação dos transportes públicos defende que o Governo deve dotar a Carris de meios financeiros para concretizar medidas resultantes da redução do serviço, nomeadamente a «saída» de cerca de 300 trabalhadores.

A proposta consta do documento final do grupo de trabalho criado pelo Governo, a que a Lusa teve acesso, que apresenta uma proposta de reestruturação dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa.

No que respeita à Carris (serviço de autocarros), o grupo de trabalho salienta a «necessidade de assegurar a verificação de alguns pressupostos base, indispensáveis para que se capture por inteiro o potencial de poupança indicado, dos quais se destaca a atribuição atempada dos meios financeiros que permitam implementar as medidas de reestruturação decorrentes da redução do serviço, nomeadamente no que respeita a saídas previstas de pessoal tripulante (cerca de 300)».

O pessoal tripulante da Carris é composto, sobretudo, por motoristas e guarda-freios.

Contactada pela Lusa, fonte da Carris disse que, «não havendo uma decisão final do Governo», é «especulativo, neste momento, tudo o que possa ser dito, quer sobre alterações na oferta da Carris, quer sobre eventuais excedentes de pessoal».

Como a decisão final ainda não está tomada, «não podem ainda ser dimensionadas as necessidades para 2012 de pessoal tripulante, pelo que teremos que aguardar pelas decisões finais», acrescentou a mesma fonte.

Já o sindicato do sector, a FECTRANS, que teve acesso, de forma não oficial, ao relatório final do grupo de trabalho, disse à «TSF» que esta é uma proposta «inaceitável», com um «enorme impacto num quadro incompreensível».

Mais de 2,7 mil pessoas trabalham na Carris

Em 2010 (últimos dados disponíveis), a Carris registou 56 saídas - 16 reformas, 16 rescisões por mútuo acordo, 13 pedidos de demissão e 11 devido a «outros motivos» -, segundo o relatório e contas da empresa.

No final de 2010, o número de trabalhadores da Carris ascendia a 2.771.

O documento entregue ao Governo pelo grupo de trabalho propõe o fim de 14 carreiras da Carris (10, 49, 79, 777, 790, 797, 18E, 203, 205 e 208 da rede urbana e 21, 25, 76, 745, 764 e 799 da rede suburbana) e 19 alterações do serviço, que incluem encurtamento do percurso ou alterações ao nível das ruas abrangidas (12, 30, 44, 70, 701, 703, 706, 709, 718, 732 e 794 na rede urbana e 22, 28, 31, 36, 714, 726, 202 e 210 na rede suburbana).

A proposta sugere também quatro prolongamentos do percurso (718 e 760 na rede urbana e 54 e 711 na suburbana) e vários ajustamentos da oferta relacionados com a frequência ou com os horários (74, 108, 701, 706, 709, 716, 724, 729, 735, 742, 747, 755, 756, 758, 759, 765, 793, 28E na rede urbana e 714, 746, 753 e 767 nos suburbanos).

Deste ajuste, é esperada uma redução de custos de 8,52 milhões de euros em 2012.

[Notícia actualizada com reacção da FECTRANS]
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