Greve dos pilotos da TAP desconvocada

Os pilotos da TAP chegaram a acordo com a administração da companhia aérea e desconvocaram esta quarta-feira os dois períodos de greve, agendados para 5 a 8 de julho e, depois, para 1 a 5 de agosto, revelou o sindicato do setor à Agência Financeira.

«Face ao diálogo que se construiu nos últimos dias, os pilotos decidiram desconvocar os dois períodos de greve previstos (de 5 a 8 de Julho e de 1 a 5 de Agosto)», anunciou o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).

«Esta decisão resulta de um entendimento alcançado entre os pilotos e a administração da TAP, através da importante mediação do Governo, que prevê a criação de um grupo de trabalho tripartido para a resolução dos problemas que motivaram a greve».

O sindicato convocou as greves no passado dia 19 de junho, com o pré-aviso emitido a 21 de junho, contra o que consideram ser o «clima de intimidação» e «práticas de gestão deficitárias», nomeadamente a falta de pilotos, na TAP. E explica: «Os pilotos não estão a fazer exigências materiais, nem a greve tem qualquer relação com a privatização. Move os pilotos, apenas, a defesa da empresa e de princípios éticos, de justiça laboral e de regras essenciais de um Estado de Direito».

A última vez que uma greve foi desconvocada por parte dos pilotos, foi a 16 de dezembro, quando conseguiram «compromissos assumidos pelo Governo» para resolver «assuntos internos essenciais ao bom desempenho dos Pilotos e ao restabelecimento de um bom clima laboral na empresa». Em março, perante uma nova ameaça de greve por parte dos pilotos, o Governo abriu uma exepção aos cortes salariais de 3,4% a 10% impostos ao restante setor empresarial do Estado.

Esta manhã, o ministro da Economia garantiu, em Luanda, que o Governo estava «a fazer tudo para tentar evitar a greve» dos pilotos da TAP. Contactada pela AF fonte oficial do gabinete de Álvaro Santos Pereira não quis comentar a decisão dos pilotos.

O pré-aviso de greve já obrigou, no entanto, ao cancelamento de 14 mil reservas, obrigando ao reembolso de 3,5 milhões de euros, de acordo com as contas da TAP. A companhia aérea estima que estas greves poderiam orginar prejuízos de 65 milhões de euros. Por isso, a TAP interpôs uma providência cautelar para travar a realização da greve agora desconvocada.

Também o setor da hotelaria e turismo criticava a greve. A Associação das Agências de Viagem e Turismo (APAVT) considerou que a paralisação iria «colocar em causa os interesses do país».

A Agência Financeira está a tentar entrar em contacto com a TAP mas, até ao momento, sem sucesso.