Mexia: «FMI não vai fazer mais do que já está a ser feito» - TVI

Mexia: «FMI não vai fazer mais do que já está a ser feito»

António Mexia

Presidente da EDP reiterou confiança no Orçamento do Estado para o próximo ano e falou sobre a sua política salarial

Para o presidente da EDP, António Mexia, mais do que falar de uma possível intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) no nosso país, o importante é «encontrar um consenso entre os diferentes agentes».



«Tal como não acreditava que o Orçamento do Estado não fosse aprovado, também considero que estar sempre a falar do FMI não é salutar. O importante é encontrar um consenso político», disse António Mexia à Agência Financeira.



E explicou: «Não se pode fazer um Orçamento para cortar na despesa e, cinco minutos depois, pedir que o Estado gaste mais».



António Mexia sublinhou a importância de um consenso entre os partidos, já que «o FMI não intervém» a menos que ele exista.



Confiante nas medidas propostas no OE2011, o presidente da eléctrica nacional fez questão de frisar: «O FMI não vai fazer mais do que já está a ser feito».

Mas vai a EDP aplicar a mesma política de cortes salariais proposta pelo Governo para a Função Pública?

«Não temos um programa de redução de efectivos. Em termos de volume não temos prevista nenhuma redução. Quanto ao corte de custos com pessoal, veremos».



Já sobre a dificuldade crescente que a banca enfrenta para obter financiamento externo - tendo sido considera pela casa de notação Fitch como «demasiado dependente do BCE» justificação dada para corte do rating a cinco bancos portugueses -, António Mexia preferiu sublinhar o esforço que tem sido feito.



«O sector financeiro é vital para a economia. Mas, embora a situação seja preocupante, os bancos conseguiram escapar à grave crise do subprime» - crise que assolou o sector financeiro, primeiro nos EUA e depois a nível mundial, em 2008, e que originou a mais grave crise das últimas décadas.



O responsável pela EDP sublinhou ainda a confiança na sua empresa, referindo que «apenas duas companhias portuguesas têm rating A, uma delas é a EDP, um rating confirmado nos últimos quatro meses pelas três agências» de notação financeira.



«É o nosso contributo para a economia portuguesa: temos um rating igual ao da República, temos bons resultados e somos dos maiores pagadores de impostos no país», reiterou à AF à margem do Media Day organizado pela eléctrica, esta quarta-feira, dia antes da decisão de Bruxelas sobre os direitos especiais que o Estado detém na EDP.



Questionado, ainda, sobre o recente acordo com os chineses da CPI, António Mexia sublinhou a sua importância - «acesso a novos mercados, apoio para o desenvolvimento das energias renováveis, reforço da presença nos mercados emergentes» - mas afastou a hipótese da presença da EDP no capital da CPI.



«Estamos a falar de uma das cinco maiores companhias da China, com cerca de 250 milhões de clientes. Estamos, pois, a falar de um mercado com uma dimensão completamente diferente da EDP».

A chinesa CPI está em negociações para a entrada no capital da eléctrica. Esta entrada pode ir até aos 5%, o que respeita os estatutos da empresa e o equilíbrio accionista, como explicou António Mexia.
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