Moody's: bancos portugueses são os mais expostos à Grécia - TVI

Moody's: bancos portugueses são os mais expostos à Grécia

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Agência de notação financeira refere-se às instituições com activos helénicos que totalizam quase 23% do seu capital. E anuncia um corte quase certo da notação da dívida grega

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Os bancos portugueses que detêm activos helénicos podem encontrar-se em maus lençóis. A agência de notação financeira considerou esta sexta-feira que as instituições financeiras nacionais são as que estão mais expostas à crise da Grécia, pelo facto de, atendendo à proporção do seu capital, os activos superarem os de outros credores da Zona Euro.

O relatório da Moody's Capital Markets Research Group refere-se sobretudo aos activos que totalizam quase 23% do capital dos bancos nacionais. A proporção equivalente para os bancos da Irlanda e da França, o segundo e terceiro grupos mais expostos, é inferior a 13%.

Isto quer dizer que «a saga em torno do risco soberano europeu está longe de terminar». Assim o consideram, pelo menos, os analistas Lisa Hintz e David Munves, citados nesse relatório, escreve a Bloomberg. O pessimismo impera na Moody's: «Há muitos riscos negativos para as avaliações de crédito dos bancos europeus».

E Portugal é um dos casos mais críticos. Primeiro foi a Grécia a adoptar medidas de austeridade mais severas e depois a Espanha a anunciar cortes de 5% nos salários da função pública. Agora é a economia nacional que vai ter de apertar o cinto. E já a partir de Julho.

80% de probabilidade de cortar rating grego



A piorar mais ainda a conjuntura, está o quase certo corte da notação da dívida grega. A Moody's diz que a probabilidade de baixar a avaliação é «maior do que 80%», pese embora o esforço de redução do défice por parte de Atenas, com as severas medidas de austeridade que já estão em prática.



«Uma descida de vários níveis é provável», reiterou a Moody's num comunicado citado também pela Bloomberg. Ou seja, o cenário é pior do que o verificado em Abril, quando a mesma agência de notação cortou o rating da Grécia de A2 para A3. A Moody's considera que uma recuperação da qualidade da dívida é «irrealista num futuro previsível».



Embora não adiante o valor específico do downgrade, a agência explica que «depende da probabilidade de que a Grécia adira às condições do pacote da Zona Euro e do FMI e dos níveis em que a dívida se vai estabilizar ou reverter». E lembra que «a amplitude do programa de austeridade fiscal aumentou o risco político, ao obrigar a população grega a aceitar condições muito exigentes».



A «tragédia grega» e o risco de contágio a outros países mais endividados da Zona Euro levou os países da união monetária a aprovar um pacote de medidas para estabilizar o euro e garantir a protecção de alguns países mais endividados da considerável subida dos custos de financiamento. E, no caso de não se conseguirem financiar nos mercados internacionais, os países podem chegar a recorrer ao pacote de 750 mil milhões de euros acordado entre a União Europeia e o FMI.
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